O medo da morte

Ao antecipar o futuro, ao continuar as implicações do que ocorre caminha-se para abismos, pois não há terra onde caminhar. No seu processo de vida o indivíduo descobre que existem finais. A morte, o cessar da vida é um desses finais comuns a todos os humanos. Esse conhecimento é tão simples e completo quanto saber que se é um corpo, um organismo constituído de células, tecidos, órgãos, que se mora em uma cidade, que se tem uma família. É uma informação, um referencial. Certos acontecimentos, e o passar do tempo, tornam relevante e pregnante a constituição finita do humano. A dramaticidade ou não dessa pregnância depende de quem, como e quando é vivenciada. Os limites, a doença, a idade, a época, a pandemia, a guerra, tornam muito próximo esse referencial, sempre percebido como condição humana, embora distante. Quanto mais próxima a possibilidade de morrer, maior a aceitação ou a não aceitação, menor ou maior o medo da morte. A morte quando vista como decorrência do processo de vida,