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Mostrando postagens de agosto, 2014

Ganância consentida

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Skinner, criador do Condicionamento Operante ( Operant Conditioning ), dizia: “não tente se modificar, modifique seu ambiente” . Aparentemente esta ideia - um dos pilares da cultura norte americana - valida e incentiva o desbravamento, a modificação de tudo que atrapalha, motivando para o confronto e realização social, sendo um dos lemas do self-made man , do indivíduo socialmente realizado. Ao se atribuir condição imutável e perfeita, achando que o passível de mudança é o ambiente, o outro, o além de si, alicerça-se autorreferenciamento, metas, medos e ganâncias. É um engano pensar que realização resulta de impôr-se sobre o ambiente, de controlá-lo e adequá-lo aos próprios interesses e objetivos empreendedores. O empreendedorismo não pode ser um propósito, ele deve surgir do constante diálogo, do questionamento entre o indivíduo e o mundo. Só é possível enfrentar e mudar o mundo, quando há questionamento. O Condicionamento Operante - seus desdobramentos e alicerces sociais -

Confusão - Perversão

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Quebrar a ordem, a congruência e as diferenças existentes é típico das perversões. Confusão resulta de ambiguidade. Não perceber o que está diante em seu próprio contexto estruturante leva às distorções perceptivas, estruturadas principalmente no autorreferenciamento. Frequentemente estas distorções criam ambiguidades, confusões na distinção de dados. As religiões, as psicoterapias, a psiquiatria, ao classificar, procuram resolver estas ambiguidades e estabelecer códigos e normas que permitam diferenciar comportamentos, entretanto, as perversões sempre ultrapassam estes referenciais ao remeter para o indivíduo que transgride estas normas. Que monstruosidade é esta? É uma simples anomalia resultante de condições adversas? Como pode um ser humano seviciar, utilizar para desejos eróticos, o próprio filho? Existem vários mecanismos, socialmente validados, para decidir o que pode ser considerado perversão. Interessante o que nos conta Mary Douglas, citando a obra de Evans-Pritchar

Educação

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A educação é necessária para organizar, sistematizar e desenvolver potencialidades, tanto quanto para “polir arestas”, possibilitando encaixes sociais e civilizatórios. Na reversibilidade dos processos, frequentemente só se consegue isso via matrizes sistêmicas, artefatos que se constituem em formas, receptáculos de contenção que modulam, contêm e reprimem dispersões idiossincráticas e anômalas. Contradições não resolvidas, cerceadas pelos mecanismos educacionais transformam propostas individualizantes em regras massificadas. Hoje em dia, por exemplo, o “mens sana in corpore sano” , os ideais hipocráticos de saúde e estética, as transcendências preocupadas com equilíbrio e o bastar-se a si mesmo do Yoga, as ideias de autonomia e as descobertas psicoterápicas foram transformadas em kits de sobrevivência, moduladores midiáticos e comportamentais, nos quais o como fazer pragmático impera. Educados para sobreviver e conseguir melhor status econômico e poder de manipulação, somo

Aderência indicando imanência

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Toda questão de sintomas, significados e indicações recai neste tópico: aderência como o que aparece (o que é percebido) e imanência como o que não aparece (o que não é percebido). A persistência da idéia de dentro e fora leva à associação de aderente com externo e imanente com interno. Este a priori interfere na percepção, na constatação e cria distorções perceptivas. Contextualizando-se na reversibilidade dos processos, na dinâmica do existente, não há distinção entre interno/externo. Ao perceber um ser humano, não percebemos seu fígado, seu cérebro, salvo se estivermos em aulas de anatomia, fisiologia ou em centros cirúrgicos, onde o fígado, o cérebro são os percebidos e seus possuidores, os seres humanos, tornam-se referenciais remotos, não determinantes do aqui e agora cirúrgico, por exemplo. A reversibilidade perceptiva privilegia, tanto quanto relega ao infinito, algumas constantes caracterizadoras do que ocorre; não considerar este processo cria divisões, unilateralid