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Mostrando postagens de maio, 2014

Sanção

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O homem não está contra o mundo, tampouco a favor ou diante do mesmo, ele está no mundo, homem-no-mundo é uma gestalt ; o mundo é seu contexto e horizonte relacional. Saindo das dicotomias paradoxais e constrangedoras existe continuidade, o sancionado é o permitido ou não diante da individualidade do outro. Antes das sanções, permissões ou proibições existe o outro como determinação, consentimento ou discordância, através de sua vontade e presença individualizadas. É o relacionamento com o outro que impede ou permite os abusos. Esperar que se aja apenas dentro do que é sancionado, permitido e aceito socialmente é neutralização de demandas individuais às regras gerais, às regras sociais; é um antagonismo, resultante de dualismos arbitrários (indivíduo X sociedade).  Frequentemente os grupos, famílias, sociedades são orientadas por sanções. A transformação das proibições em leis, a sanção, é o artifício usado para discriminar ou criminalizar/descriminalizar comportamentos; a

Política

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“O homem é um animal político” , dizia Aristóteles, ou seja, o homem é da Polis - cidade. Ser cidadão - ser politico - é, então, uma característica natural do homem, segundo Aristóteles. Com o passar do tempo, o conceito de política fica cada vez mais dissociado do significado básico aristotélico e passa a indicar ações de grupos de poder com seus métodos e propósitos, assim como militância e voto. Política, na modernidade, é sinônimo de estratégias necessárias e constantes para realizar e alcançar cidadania. Exercer a política, hoje, é poder decidir, polarizando anseios, verdades e conveniências de seus representados. Toda ação política, representa, significa, atos libertários ou opressores, democráticos ou ditatoriais. Os processos históricos das comunidades sinalizam direções que se realizam segundo vetores econômicos. Aqui no Brasil, por exemplo, até o século XIX, vigorava uma sociedade latifundiária-escravocrata, uma organização econômica que mantinha agricultura, engen

Intimidação

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Intimidar o outro é coagir, aproveitando os espaços vazios criados pelo medo, pela falta de determinação. Inseguros, apoiados no que oprime, criam fragmentações responsáveis por descontinuidades e estes intervalos geralmente são preenchidos por significados advindos de contextos estranhos ao que se está vivenciando. Premonições, intuições, sinais e avisos passam a ser os configurantes relacionais. Referenciados pelo que pode acontecer ou pelo que aconteceu, esvaziam o presente, fugindo de tudo que ameaça e assim, tornam-se cada vez mais passíveis de ser intimidados. O medo -  omissão - é pregnante e consequentemente, participação, motivação e individualidade estão submersas, comprometidas. O medo de ser surpreendido por descobertas de erros, de situações comprometedoras, por exemplo, gera angustia. Sempre na expectativa de ser desmascarado, se vive intimidado. Qualquer situação pode revelar o que se esconde. A vivência do medo é constante: é a omissão caracterizadora, paralis

Sedução

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Sedução é manipulação do que se supõe ser a motivação do outro, é encurtar caminhos, criar atalhos para objetivos almejados, enganando seja através de fingimento, seja através de dedicação total. A sedução é sempre um artifício. Frequentemente sedução é pensada e tratada como uma característica ora boa, ora ruim, expressa pelos seres humanos: pessoas seduzem pela beleza, pela inteligência e também pela falta de tudo isso. É vista como arte ou como dificuldade e até mesmo como dom. Mas, sedução é todo envolvimento proposto determinado a transformar o outro em objeto de dedicação, de cuidado ou em objeto para o exercício das próprias habilidades, enfim, tudo que neutraliza ou mesmo destrói o outro enquanto ser aberto a inúmeras possibilidades. Estar seduzido é ficar preso aos referenciais por outro elaborado a partir das expectativas ou necessidades do próprio seduzido: siderado, magnetizado pelo que lhe foi colocado, prometido e insinuado, é aliciado, seduzido.  O seduto

Urgência

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Acidentes são insinuados ou, às vezes, são alheios e estranhos, ocorrendo em estruturas que não os engendraram. O inesperado, quando não resulta de contextos responsáveis por seu aparecimento, surpreende e pode gerar urgência em relação ao que ocorre. Urgências relacionais geradas, por exemplo, pelo susto de descobrir a filha gravida, o filho drogado, o marido vivendo com a melhor amiga, criam desespero, um motor para a ansiedade, também acionador de depressão ou raiva. A solidez, as certezas se desfazem, surgem buracos, vazios, abismos a serem transpostos participando do que emergiu, do novo avassalador e destruidor da confiança. Neste contexto, entender e ao mesmo tempo ter pressa, são situações díspares, mas, que têm um ponto em comum: são geradas pela urgência, pela quebra do estabelecido. Catastrofes naturais, sublevações sociais, guerras são também urgências, contextos específicos que obrigam abandono, solidariedade, pressa e ações repentinas. Nas urgências, pressa