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Mostrando postagens de julho, 2018

Insinuação de presença

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A insinuação de presença - outro dado e contexto - é realizada pela transformação da parte em todo, por meio da closura, fechamento e complementação do percebido, que colocado em seus contextos anteriores recupera totalidades. A complementação do insinuado, apresentado e percebido, é feita com auxílio da memória, de outra Gestalt , outra forma, outro contexto que alavanca e cria novas direções, completando o vazio, a ausência do que não se mostra, do que não aparece. Percepção de ausências, senhas para continuidade, pinceladas reconstrutoras, como por exemplo ver o sapatinho do filho no meio da casa, desencadeia medos e apreensões. A foto que ilustra este artigo, retirada do livro O Destino da Africa * , faz perceber a tristeza do pai ao ver o que restou de sua filha, reconstituindo-a para nós. Existe apenas o resíduo - a mão e o pé da criança - demonstrativo de todo o horror desumanizador exercido pelo rei Leopoldo no Congo. A reconstrução do todo por meio de suas partes é

Voltar e sair

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Fênix - Mosaico Romano na antiga cidade Aquileia, Itália   Às vezes a única saída é voltar. Quando se está preso ao percebido como irremovível é difícil sair, é difícil se movimentar. A constatação desse limite permite soluções, perceber, por exemplo, que a única maneira de sair do impedimento é a ele voltar. O deslocamento realizado pelas saídas prováveis ou não existentes é uma forma de se afastar a fim de conseguir realizar a quebra dos impedimentos. O medo imobilizador, a omissão que impede movimentos é resolvida quando se configura a realização do que é necessário fazer para cumprir as obrigações e eliminar os limites impeditivos. Voltar, consertar falhas, suprir dificuldades é o que permite sair das mesmas. Recuperar os indivíduos dos fracassos admitidos permite ações liberadoras. Admitir os problemas é uma maneira de aceitá-los e, assim, começar a transformá-los. Voltar ao que se quer largar, entendido como responsabilidades não aceitas, permite saída. É a constatação

“É milagre ou ciência?”

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fonte: Royal Thai Navy “We are not sure if this is a miracle, a science, or what. All the thirteen Wild Boars are now out of the cave” - Royal Thai Navy ( “Não temos certeza se isso é um milagre, se é ciência ou o quê. Todos os treze Javalis Selvagens estão agora fora da caverna” ) Foi assim que o Comandante da Royal Thai Navy anunciou o fim do resgate bem sucedido do time de futebol juvenil tailandês, 12 crianças e seu técnico, que passaram 18 dias presos em uma caverna, em condições extremamente adversas, sem alimentação, sem água potável, sem luz solar, sem saída. Esse espanto é a consideração significativa, a constatação do surpreendente e inesperado, da alegria diante das vidas salvas, tanto quanto é o deslumbramento pela resistência das crianças e admiração pela tecnologia, a engenharia utilizada para salvá-las. Abrir caminho na caverna inundada e vedada por lama e água, transportar oxigênio em completa escuridão por aberturas tão estreitas que mal permit

Orar, acreditar e esperar

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Quando se sente impotente ou acuado e quer uma saída, amplia o desejo de solução rezando e esperando. É tão intenso o deslocamento das impossibilidades que os cascalhos ou resíduos da tensão construirão caminhos para solução dos impasses. Assim, rezar, fazer promessas para conseguir o emprego, dá a certeza que o emprego virá.  É instalado o universo mágico no qual a espera é solidificadora, pois tudo virá a seu tempo. Não há ansiedade, ela é substituída pela fé e os rituais (compulsões) que a entronizam. A transformação do desejo, sustentada pela impotência, cria, por meio do deslocamento, a esperança e o otimismo. A fé é o pilar que tudo sustenta e este outro mundo criado, aos poucos é corroído pelas areias e pedras da realidade. Os suportes dessa crença, dessa fé decorrente do deslocamento da impotência, é sustentado pela alienação e medo, portanto, quanto mais se humilha, mais vitimização e necessidades nutrem seus sonhos e desejos. Jogar os desejos na infinitude da esper