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Mostrando postagens de outubro, 2013

Objetificação do relacional

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As ambiguidades, as indefinições geram a necessidade de explicitar o sutil; é uma atitude responsável por dúvida, avaliação e consequentes necessidades de comprovação: especular, flagrar, classificar, fotografar garantem e sistematizam. A formação de símbolos, de ícones, nas suas diversas formas de imagem e metáfora tornam denso, tornam pregnante o relacional, encobrindo assim, as infinitas possibilidades dos processos, configurando-os como Boa Forma * e frequentemente criando distorções. Hábitos são formados, novas histórias e demandas surgem, frequentemente geradas por distorções e enganos. Reivindicações e protestos costumam adensar e fragmentar possibilidades, quando ancoradas em posicionamentos causadores de maniqueismo entre bom e ruim, certo e errado, familiar e estranho, por exemplo. Estas divisões são destruidoras da temporalidade, da unidade dos processos. Transformar o existente em ponto de convergência, em referência de um sistema, cria posicionamentos destrui

Metamorfoses e imitações

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"O animal arranca o chicote de seu senhor e chicoteia a si mesmo para se tornar senhor, mas, não sabe que isto é apenas uma fantasia, produzida por um novo nó na correia" - Franz Kafka A prepotência, resultado da tentativa desesperada de copiar, imitar, cria os improvisadores precários e emergentes. Sem base, sem estrutura de aceitação de seus problemas e vivências, surgem palafitas, suportes e construções para o que se esvai e se perde nos contorcionismos da labuta para sobreviver. Quando se percebe que a fantasia, o adereço é diferente do legítimo, se percebe também que muito já foi conseguido: várias imagens vendidas foram compradas, bons resultados apareceram. Conclui-se que é melhor continuar ganhando, comprando, plagiando, imitando e então, abrindo mão do espontâneo e vivo, aprimora-se a aparência, a representação - mais imagem. Imitar é fantasiar. Fantasiar é encobrir o que se considera feio seja antecipando o futuro pelas metas e realizações desejadas, seja

Diferenças nas psicoterapias

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Toda psicoterapia é semelhante em seus objetivos de melhorar, individualizar, criar condições para resolver as problemáticas que infelicitam o ser humano, entretanto, esta igualdade se dissolve, aparecem grandes diferenças, quando consideradas as fundamentações teóricas, conceituais, metodológicas responsáveis pela visão do que é comportamento, do que é ser humano, consequentemente, de como tratar e modificar os problemas humanos. Além da psicoterapia gestaltista, atualmente podemos ordenar as psicoterapias em dois grupos principais: psicanalíticas ou de fundamentação freudiana e as baseadas em neurologia, biologia. Orgânico, biológico, neurológico estão, assim, conceitualmente opostos ao psicológico. A gestalt therapy, de Fritz Perls, apesar de falar em gestalt, fundamenta-se em dualismos e mantém o conceito de inconsciente. Perls dizia " perca sua mente e ganhe seus sentidos ". O que caracteriza o pensamento de visão psicoterápica, ao longo das épocas, é o dualism

Incompatibilidades

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No trabalho psicoterápico é frequente ouvir pais se queixarem das "incapacidades" dos filhos. A idéia de incapacidade é sempre avaliada em função do rendimento escolar e da socialização. Crianças autistas, crianças com deficit intelectual, consideradas fronteiriças quanto ao QI, ao serem conduzidas às escolas, não conseguem o rendimento desejado. Geralmente os pais não aceitam a afirmação de que tanto faz que seus filhos sejam bem-sucedidos nas letras e números ou em desenho, pintura e dança, que não faz diferença se são alfabetizados, se se tornarão doutores, que o importante para a criança é ser aceita como ser humano que tem capacidades e possibilidades a desenvolver. Quando assim questionados, alguns chegam a afirmar que tudo bem se o filho ficasse só em casa, se não precisasse ir à rua, se não tivesse "vida social", que o avalia e inferioriza. Público e privado, social e individual, sociedade e família são agrupamentos, são contingências que não se exclue

Exigência

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Exigência é a alavanca que move os anseios de mudança e superação, é também a linha de demarcação que aniquila o presente, dividindo e fragmentando o humano; transforma os processos direcionando-os para resultados circunstancializadores do comportamento. O indivíduo, limitado entre conseguir e não falhar, faz com que tudo seja instrumentalizado. O outro é a variável interveniente, responsável por sucesso e fracasso. A avaliação constante, positivo e negativo, bom e ruim, enfim, os valores são premissas e resguardos configurados como forma de estar no mundo. Exigir, atingir é o que conta. Estes robôs processam e exigem matéria prima. A vida se transforma em regras. As notas escolares validam as relações com os filhos, os acréscimos salariais determinam a felicidade e alegria cotidianas, por exemplo. Exigir é perder, desde que toda contabilidade busca comparação, supõe erros, supõe acertos transformados em evidências e selos de garantia. Perdendo o presente, balizado e validado