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Mostrando postagens de agosto, 2015

Decepção

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Sempre que as expectativas não são atendidas vivencia-se decepção e frustração. Estes momentos devem ser enfocados à luz de questionamentos, desde que a vivência de decepção sempre supõe avaliação, normas e regras. Não se decepcionar, não se frustrar, é perceber e globalizar contradições que existem quando se está vivenciando o presente. Quando as vivências presentes são invadidas por passado (pela memória: regras, padrões) ou por futuro (pelas expectativas: esperanças e medos) sempre há possibilidade de decepção ou ratificação de compromissos e expectativas. Decepcionar-se é um indicativo de autorreferenciamento, de exílios relacionais frequentemente não percebidos. Acreditar no outro pode ser resultado de compromisso, regra, obrigação, tanto quanto pode espelhar a apreensão de possibilidades e características do mesmo. Ao enfatizar o que se espera, o que considera certo, o padrão, se escoa a individualidade do outro nos filtros dos próprios desejos e medos, assim como a

Transformação

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Transformação ocorre quando se apreende, se globaliza as contradições do existente, do dado vivenciado. É sempre através de insight - apreensão súbita de relações configuradoras - que se consegue transformar o percebido e, consequentemente, mudar o comportamento. Perceber que situações solucionadoras, confortáveis, situações que tudo explicam e satisfazem são também geradoras de dúvidas, medos e distanciamento do que polariza e define o convívio, esta percepção cria uma nova ordem e determina outras percepções. É uma mudança perceptiva responsável pela criação de novos significados: estabelece outros valores, diferentes dos anteriores. Perder a confiança ao verificar o desvio de indicações, por exemplo, temer o próprio pai ao perceber que o mesmo realiza anseios e desejos diferentes nos abraços frequentes, transforma ações, sentimentos e vivências. Novas percepções, pensamentos, ideias e motivações se instalam. O que acontece determina mudanças. Quando se descarta, escond

Pragmatismo alienador

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Quanto maior o convívio com o outro e com situações diversas, mais são antecipados e previsíveis os comportamentos. A familiaridade, o contato diário e contínuo, permite cada vez mais perceber o que está diante, antecipar comportamentos ao estabelecer Closura * . A continuidade de relacionamentos e situações também pode levar a posicionar-se na previsibilidade, impedindo a percepção do outro, do que está diante, pois a saturação, o adensamento perceptivo, pela frequência contínua, homogeneíza, impede a diferenciação, o destaque, a extinção da conduta exploratória - da motivação. A previsibilidade é uma forma de extinguir dinâmica, tanto quanto de possibilitar adaptação, adequação: não se inventa a roda, se utiliza a roda, por exemplo. Confiança, estabilidade e também segurança decorrem deste convívio familiarizado, permanente, tanto quanto também decorre deste convívio, a criação de suas ferramentas estabilizadoras: automação, repetição, mesmice garantida. Os relacionamen

Insuficiências

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Sentindo-se incapaz, inferiorizado e subdimensionado para o que pretende e precisa, o ser humano acentua sua impotência e reestrutura suas necessidades e possibilidades a fim de enfrentar e superar situações questionantes e obstáculos, ou, apropria-se de soluções, recursos e métodos por outros estabelecidos. No segundo caso, o prét-à-porter de solução é aniquilador de autonomia, honestidade e autenticidade, tanto quanto entroniza e cria impostores que de tanto usar o estabelecido, o significante solucionador, se transformam em donos do saber e muitas vezes em salvadores da pátria. Por mais que se tente disfarçar, insuficiências e imitações se evidenciam na esfera privada e pública. A estratégia utilizada para esconder insuficiências é responsável pela criação de tiranos, logo transformados em heróis e heroínas da ordem constituída, pois vivem para esconder tudo que é desagradável, sem nenhuma consequência ou coerência. São aqueles que não conhecem o que é resumido pela reflexão