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Mostrando postagens de julho, 2013

Inutilidade

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Psicologicamente a vivência de ser rejeitado e assim se sentir, equivale a constatação de inutilidade. Incapaz de preencher requisitos do que é considerado bom, válido e útil, o indivíduo é expelido das relações por ele configuradas. Diversas traduções surgem para considerar e explicar esta vivência, desde às do seio mau (Melanie Klein) até às de "arianização". A atitude de rejeitar está estruturada, geralmente, em contextos e estruturas socio-econômicas: são os preconceitos, as restrições, os bodes expiatórios, necessários à manutenção dos sistemas. Perceber-se rejeitado atinge outras dimensões desde que surge um mediador, um filtro responsável por esta categorização. Não se aceitando, o indivíduo fica referenciado nessas vivências: é o autorreferenciamento. Ele busca ser aceito e geralmente se sente rejeitado, nada preenche suas demandas de aceitação. Criando metas e padrões onde tudo dará certo, onde ele será útil e bom, belo e aceitável, ele continuamente avalia

Covardia

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Covardia é o que resulta da avaliação e omissão em uma estrutura autorreferenciada. Quando se está travado pelas conveniências, decisão e tomada de posição não existem. Medo e covardia são, usualmente, considerados sinônimos. É como se a omissão (o medo) fosse ampliada pela conveniência. Avaliar lucros e perdas faz com que o indivíduo se retire da situação vivenciada. Muitas vezes esta retirada só é conseguida através de mentiras, falsidades, hipocrisia. Não querer enfrentar uma situação faz com que sejam utilizados vários expedientes, clichês sociais como "não se meter na vida alheia", "evitar denunciar" ou em determinadas situações  "é melhor denunciar", "ninguém sabe o que vai advir" etc. Delatores, tanto quanto discretos que jamais interferem, são alguns dos covardes escondidos sob o politicamente correto ou o comunitariamente necessário. Quanto maior o autorreferenciamento, quanto mais estiver a vida focada na realização de n

Transposição de obstáculos

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Superar é transpor obstáculos tanto quanto ultrapassar referenciais identificatórios. Ao transpor obstáculos se transforma limites, se realiza desejos e se recontextualiza. Esta recontextualização é responsável pela neutralização de vivências e situações de não aceitação, assim como também pode ser incentivadora de novas metas geradas pelos processos da não aceitação. Estímulos e incentivos estruturados com o objetivo de apagar referenciais considerados empobrecedores e empobrecidos, seja no aspecto econômico, social ou pessoal, leva a constantes desafios motivadores do desejo de superar. Quando a transformação do limite é realizada no contexto do autorreferenciamento, surge muita ambição, certezas e inseguranças e não há solidariedade. A participação é contingenciada pela competição; ser o melhor é então uma imposição, tanto quanto continuar mantendo o que conseguiu, mesmo que isto implique em destruir o que ameaça. Quando o outro é o ameaçador, ele é transformado - por conveniê

Homogeneização de campo

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Nas dinâmicas relacionais, nos processos perceptivos, inúmeros conflitos, diversas posições, significados contraditórios quando não percebidos em suas especificidades, podem ser traduzidos como dificuldades e transtornos psicológicos, tumultos sociais etc criando assim, homogeneizações parcializantes e responsáveis por tipificações de normalidade ou anormalidade. O desenrolar de situações, suas dinâmicas, podem possibilitar percepções que apreendem o que está acontecendo ou podem estabelecer homogeneizações onde toda diferenciação é resumida em significados iguais. Isto acontece por exemplo, quando por causa do pai alcoolista, todos os transtornos familiares são por isto explicados; esta homogeneização impede diferenciações das variáveis envolvidas nas constelações familiares. Da mesma forma quando episódios de violência ou de manipulação em movimentos de massa são destacados para justificaticar ações repressoras ou respostas pontualizadas, os questionamentos centrais são dispers