Vida entre parênteses

Frequentemente, por não aceitação de si, do que acontece e do outro, os indivíduos constroem “castelos de ilusões”, cercadinhos protetores e isoladores. Criar o pequeno mundo, o espaço onde se é soberano e onde tudo pode ser decidido, evitado ou aceito é um dos processos de coisificação, de se transformar em objeto, receptáculo dos próprios medos e anseios. O autorreferenciamento tensiona tanto, que novas familiaridades como se fossem totens resultam dessa pontualização, desse colapso existencial. Deixar de movimentar-se conforme o que acontece, seja como tese ou como antítese do que ocorre – o que seria o ideal – confina e esclerosa possibilidades, isola o indivíduo, pois ele está colapsado. Estar dividido, viver em função de manter compromissos que salvam e alienam, que surgem do medo e da culpa é uma maneira de ser impermeável ao novo, ao que ocorre, à vida. Ideias e programas o situam enquanto a priori, pedras construtoras de isolamento são ...