Sincronia

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Sincronizar é coincidir. A sincronia pode ser espontânea ou buscada. É um processo de identificação no qual escolhas são selecionadas para composição e finalização de eventos que se busca sincronizar, criando, inclusive, critérios para que isso ocorra.

 

No cotidiano, nas vivências afetivas, é comum querer, ou esperar a alma gêmea. Nesse sentido, sincronizar é muito valorizado e considerado. É como se outra realidade, ou outro mundo enviassem aprovação, mensagens que sinalizam acertos, adequação, sincronização com o que acontece.

 

Estar no mesmo tempo (essa é a etimologia de sincronia, palavra de origem grega) estar junto, agir de acordo, é encontro e também exatidão que funciona como se fosse um aplanador de arestas. A busca do semelhante, do igual, sempre norteou a escolha afetiva, e daí também surgiram os fundamentos de muitos preconceitos. Buscar o igual exclui o diferente. Entender o que é igual, o que é diferente envolve tantas contradições e questionamentos, que a necessidade de manipulação aumentou as atitudes preconceituosas ao imaginar os critérios de igualdade e concordância.

 

Agir junto é possível quando se pisa o mesmo chão, quando se olha na mesma direção e isso resulta de encontro. O encontro pode ser decorrente de motivações comuns, ou ser decorrente do fato de fazer parte de um mesmo grupo. Estar com o outro e isso ser tudo é sincronia, assim como a torcida pelo clube favorito em uma partida de futebol sincroniza, iguala, imanta, imana pessoas, torcedores.

 

A magia da palavra sincronia é mantida atualmente pela tecnologia que sincroniza inúmeras pessoas, e pela fascinação pelas histórias ritualísticas criadoras de novos alfabetos para leituras do que é expresso pelo humano. Não esquecer Jung em sua clássica experiência da vivência sincrônica, na qual o besouro que intercepta a sessão psicoterápica, batendo no vidro, é, nessa sessão, o despertar de histórias inconscientes de há muito solicitadas e só então expressas.

 

Transformar palavras em mitos, em chaves mestras que explicam, ou ainda, o processo de buscar o que elas sugerem é alienador, pois lança o ser humano em buscas, metas para justificar suas dificuldades e medos.

 

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Psicoterapeuta - criadora da Psicoterapia Gestaltista, mais informações em seu Site e na Wikipedia (Cf. links). Autora de diversos livros e artigos na área da psicologia.

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