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Problemas

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    A maioria das pessoas quando se sente constantemente insatisfeita ou com dificuldades imagina que está com algum problema. Geralmente a constatação e demarcação de problemas é feita por meio dos referenciais de desejos não realizados, da observação de realidades insatisfatórias, pois são percebidos no referencial dos próprios medos, ou seja, da não aceitação.   Perceber problemas nem sempre é pelos questionamentos aos mesmos. Essa percepção, via de regra, vem acompanhada de dificuldades, medos e inseguranças. Ter falhado em alguma situação, não conseguir o bom resultado no dia a dia cria ansiedade que leva a não dormir, a ter insônia, ou a viver cansado, sonolento, por exemplo. Tudo isso é vivenciado como sintoma indicativo de problema, de não estar se sentindo bem. E são a ansiedade, a insegurança, o medo, a insônia ou a sonolência que levam a supor a existência de problema. Percebe-se com problema quando as coisas não andam como se deseja que andem. É

Propósitos não unificados

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    A falta de objetividade gera indecisão. E por que não existe objetividade? Por haver divisão. Querer uma situação, tanto quanto querer a outra antagônica ou diversa só pode ser resolvido quando desejo e propósito são unificados. É unificação do aqui e agora, vivenciando o antes como o criador do depois, e subordinando o agora às resultantes do que o caracteriza e cria divisões. O que está aí, o que está aqui e agora comigo, está aqui e agora comigo, entretanto essa obviedade situacional é percebida como fragmentada. Critérios de vantagens e desvantagens, de dúvidas, destroem a evidência, fazendo com que o que está diante de mim não se transforme em resultado, em crença, em índice indicativo de outros processos. É a dúvida, o medo, a vivência de estar sendo perseguido que passa a se constituir em contextos a partir dos quais tudo é percebido. Não se sabe o que se faz, pois não se sabe o que vai acontecer. Esse medo/desejo é destruidor do que está acontecendo,

Nada pode falhar

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      Quando a vivência do presente, do encontro, dos problemas é realizada por meio de filtros, dos objetivos e desejos, tudo conflui para ser considerado bom ou ruim. O que vai somar, o que vai diminuir, algo que multiplica, e como se divide, são vivências, são perguntas e dúvidas frequentes. Não se deter no vivenciado, estar sempre verificando o que ameaça ou o que pode acrescentar, é uma vivência redutora de possibilidades. Não se relacionar com o que está acontecendo, esperar sempre o depois redentor ou aplacador transforma o dia a dia em uma espera de certezas. Ser julgado positivo ou negativo vai acontecer a depender do que se faça ou do que não se faça. A vida, as expectativas, a inquietação, a ansiedade, o medo, são subprodutos que emergem e consequentemente esvaziam os encontros, as vivências e as constatações.   A explicitação da revolta, do medo de perder, a torcida para ganhar e conquistar destrói o cotidiano. Nada acontece como acontece. Tudo tem que ser referenciad

Conquistas e arbitrariedades

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    Apoiado no que precisa ser conseguido, no que precisa ser realizado, o indivíduo passa a verificar os acertos ou erros de seus comportamentos. Essa busca de concordância é aniquiladora, tanto quanto vivificadora. Saber-se criticado e advertido de erros e fracassos é vivenciado como ajuda, como orientação. A sideração em torno dos objetivos é tão intensa que pouco significa constatar fracassos ou comprovar erros. Vive-se para conseguir. Para isso basta saber se pode apoiar o pé para o pulo, ou o braço para não cair. Saber com o que se conta, é o que importa. Sempre regulado por palmas ou vaias, a busca de constatar resultados, de verificar likes é constante. As ações se voltam para os melhores resultados e consecução de metas, desconsiderando erros e falhas, e cultivando falsas amizades que viabilizem as conquistas. Viver desse modo é despersonalizador, entretanto isso não importa pois o que se objetiva é ganhar e não perder, é atingir resultados, é ser consid

Obstinação

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    Obstinação é o propósito e determinação que faz tudo ser mantido. Essa atitude provém de objetivos, de metas. É a autodeterminação comprometida com resultados. Olhando para si, olhando em volta o indivíduo constata que não pode e não quer abrir mão de seus objetivos, pois os mesmos foram estabelecidos para suprir faltas, carências. Tudo pode seguir, mas sem desistir de conseguir resultados fundamentais para manutenção da sobrevivência. É a escolha oportunista, contingenciada por medos, desejos e busca de resultados. Manter os desejos e objetivos, não importa como, é o propósito. Ao longo da vida, com o passar do tempo, essa atitude é o que sustenta, mas é também o que impede a liberdade, a abertura, a descoberta, a espontaneidade. O indivíduo obstinado é o forte, tanto quanto o fraco que só sobrevive por estar agarrado à tábua de salvação: é a insistência que permite flutuar, não afundar. Apenas isso, e assim a vida passa nessa constante realização de desejos: “que tudo dê certo e

Deter

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    Quando eu percebo o outro enquanto ele próprio, isso me detém. É o encontro. Pode ser amizade, amor, pode também ser a descoberta do maldoso, do invejoso, do esperto, do ruim, do agressor.   Para perceber o outro enquanto ele próprio é necessário ser disponível, é necessário se aceitar, é assim que o outro nos detém para o bem ou para o mal. Perceber o ouro em função de molduras classificatórias é o mais frequente atualmente. Nos é explicado o que é bom, o que é mau. Esses critérios identificadores nada satisfazem, são véus que distorcem a percepção, mas infelizmente é assim que tudo é catalogado e vivenciado. Preconceitos e regras, conhecer por experiência e vivência distorcem a percepção do outro.   O outro é o que está comigo. Essa continuidade que estrutura amizade, que estrutura amor, certezas e duvidas é o que nos detém, e essa parada permite, por mais absurdo que pareça, movimento, dinâmica. É o encontro. Ele não é engendrado, é a resultante alqu

Transformar limites

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    Transformar é a possibilidade contínua de se relacionar com os outros e consigo mesmo sem ser o centro, o ponto de referência dos processos. Para que tal aconteça é necessário aceitação dos próprios limites, das contingências processuais. Estar no mundo é vivenciar o presente, é estar disponível sem ser detido por metas ou desejos. Viver em função do futuro, viver em função de realização de desejos é aniquilador das possibilidades humanas, pois transforma o indivíduo em caçador de resultados positivos, um buscador de vitórias. Geralmente os indivíduos não se aceitam, pois seus pais ou responsáveis não se aceitavam. É o eterno ciclo que se mantém. Vive-se para ser o que não se foi ou para continuar sendo o que se é. Esse propósito, a priori , estigmatiza. O medo de se expressar é uma característica que passa a existir, pois o indivíduo não quer destoar, não quer ferir expectativas. Essa omissão, que é o compromisso com o não falhar, geralmente se constitui em

Unificação

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    Unificação é a hercúlea tarefa atual do ser humano. Questionar posicionamentos, destruir preconceitos, redescobrir possibilidades e limitações, revitalizar processos destruidores é o que se coloca quando se busca humanização.   O outro, ao ser aceito como ele é, independente do que possa oferecer de bom ou de mal, é aceito como ser humano. Frequentemente esse processo de aceitação do outro é interrompido pelos esgares de raiva, medo, onipotência, submissão e inveja, e, assim, o outro está despersonalizado, coisificado. Nesse momento, a depender dos contextos relacionais nos quais ocorrem o relacionamento, as coisas podem mudar em função dos questionamentos que se faça. Para isso é necessário que não se use o outro para os próprios objetivos e desejos. Caso isso ocorra, é aumentada as fileiras dos despersonalizados e despersonalizadores. Enfim, é pelo relacionamento que podem ocorrer mudanças ao configurar as próprias impossibilidades ou possibilidades de outro modo.  

PONTUALIZAÇÃO – poço de insegurança

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  Reduzido a massa de manobra, o indivíduo alienado e despersonalizado busca apenas o melhor encaixe. Os processos de adaptação propostos pela sociedade realizam e até propiciam e determinam esse processo de despersonalização. A massa de reivindicações é tão extensa que começa a se constituir em material passível de legislação estatal, a fim de grupos e minorias conseguirem vantagens, melhores encaixes. Essa convergência abrange todo o sistema. As comunidades, as escolas, o ensino, tudo se endereça para isso: melhoria, amplos e confortáveis encaixes. É a grande comunidade que desumaniza. Não há mais afeto, não há criatividade, desde que tudo está comprometido com o resultado viabilizador da manutenção de seu próprio sistema. As artes e ciências estão voltadas para melhorar e ampliar as condições do ajuste. Compromisso é o que tudo decide e ratifica. Contratos, acertos, acordos, conveniências, inconveniências decidem o que se faz, quando e como. É o padrão, é o algo