Esmagadura




Quanto maiores são as expectativas, desejos e metas, maior o medo do futuro. São altos e baixos, esperando e torcendo por bom resultado, que tensionam e geram ansiedade. Conviver com a ansiedade equivale a ser envolto em densas fumaças que impedem ver e respirar, enfim, impedem tudo fazer.

O deslocamento das expectativas em função do que vai acontecer geralmente é caracterizado sob a forma de medo, nome dado à paralisia da imobilização, à impotência que é transformada em omissão. Estar omisso, paralisado é o medo.

A vivência de não ter saída e a continuidade desse processo torna exíguo o dia a dia. O espaço comprimido gera angustia, taquicardia, desespero, ódio, raiva. A pluralidade de sentimentos é tão densa que esmaga, consequentemente esvazia. Não se sabe mais o que fazer. Surgem clichês aplacadores: os bons vencem, Deus ajuda, os poderosos sempre ganham. Perdido nessa miríade de conclusões e constatações desvitalizadoras o indivíduo sobrevive como vítima que precisa de apoio, de ajuda e assim o tempo passa e as expectativas são deslocadas para outros níveis, criando novos suportes esvaziadores.

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