Conhecimento é percepção



 

Toda percepção é conhecimento, ou seja, perceber é conhecer pelos sentidos: visão, audição, olfação, gustação e tato. Perceber é apreender o mundo, a realidade, o que está diante. Quando se percebe que percebe, se constata, se insere as constatações em referenciais. Esse banco de dados é individual e é o contexto para aplicação e restauração, ou seja, para tradução do conhecido.

Quanto maior o referencial cognitivo, maior a possibilidade de constatação. É saber que sabe, é conhecimento e reconhecimento das redes individualizantes. Família, professores e sistemas que encaixotam, que agrupam fatos e realidades segundo conveniências e regras pessoais e sociais, direcionam e dificultam a ampliação do conhecimento, desde que o canalizam para propósitos específicos.

Ser livre é validado pelo acesso a informações sem censuras, nem seletividades decorrentes de interesses particulares. Separar o joio do trigo requer formação e informação. Ser formado e informado por heterogeneidades perceptivas, sem escoadouros adaptados e sem posturas preconceituosas antecipadas, permite discernir e possibilita compreensão, verificação e avaliações propiciadoras de insights

É preciso ser livre para perceber as situações que podem estar camufladas ou escondidas, derretidas sob o calor de cuidados alienadores. Regras totalitárias, indexes religiosos e políticos solapam o real, obscurecem o sol, a luz que permite distinguir alhos de bugalhos, verdades de mentiras, insinuações de constatações. 

Tudo pode ser colocado como possibilidades perceptivas e isso é o necessário para a formação dos processos de conhecimento. É assim que o conhecimento, a relação perceptiva, os configuradores do presente são apreendidos; é assim que os referenciais são estabelecidos. Viver é perceber, é estar de corpo inteiro diante do mundo, do outro e de si mesmo, é relacionamento com o que circunda e situa.



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