A igualdade do diferente, a diferença do igual



A igualdade do diferente, a diferença do igual resulta de comparação. Comparar é identificar, tanto quanto é diferençar. É um processo dinâmico que aponta para várias direções. No âmbito humano, indivisível, comparar pessoas é arbitrário, desnecessário e abusivo. Entretanto é a catástrofe diária que assola a humanidade. Cidadãos de bem, cidadãos do mal. Etnias melhores, etnias piores. Quando se compara se destrói a humanidade, o homem comparado. Medidas são sempre redutoras e mecanicistas, embora permitam funcionalidades e sistematizações.

Pessoas não são objetos, mas cada vez mais elas são assim consideradas e tratadas, inclusive por elas próprias. Quando um ser humano se sente desprezível e pensa que precisa ser rico para ser considerado, ele, nesse momento, se transforma em objeto, produto que vai ser "melhorado" para maior valor de troca, de venda.

Negar os próprios limites, não aceitá-los é delirante. Essa ação fora de tempo, fora de lugar - distópica - é aniquiladora da individualidade. Apara-se arestas, humanidade, para caber na fôrma do padrão válido: para essa pessoa, ter a garantia do futuro só é possível se ela estiver formada no que é valorizado e passível de sucesso. Não basta existir, não basta ser humano, é preciso ser um "bom produto", vendável e com boa cotação - é necessário valer e ser valioso.
 

A medida requer externalidades para que comparações surjam. Dinheiro, título, poder possibilitam comparações. Atualmente a digitalidade tem submetido e transformado a execução de tudo em mais rápida e simples, são os terabytes conseguidos e que validam os esforços e abrem portas. Descobrir as plataformas boas para atuar é o achado e é também o abismo que tudo engole.

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