“Reconheci a felicidade pelo barulho que ela fez ao partir” – Jacques Prévert



 

Não vivenciar o presente, estar sempre avaliando e amealhando gera frustração e arrependimento. É o resultado de não participar do que é vivenciado, do que ocorre, por estar constantemente verificando, calculando, constatando, medindo, ou seja, de não estar inteiro diante do que ocorre. Infelizmente, para muitos, a realidade, o mundo, o que ocorre é um extenso e complicado quebra-cabeças, com peças faltando ou escondidas.

 

Essa ideia de completar, de resolver enigmas ou problemas cria finalidades que ultrapassam o que está acontecendo ao gerar linhas de convergência. Lançar-se no futuro com a urgência de chegar a determinados pontos previamente estabelecidos e valorizados, buscando conclusão, comprovação, faz perder de vista o presente, a realidade. Esse processo cria desconfiança, percepção de ser enganado, de ter perdido oportunidades, de não ter visto o que acontecia. É dessa não percepção que fala o poeta Jacques Prévert quando diz: Reconheci a felicidade pelo barulho que ela fez ao partir”.

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