Metamorfoses

 



Quando se perde referenciais de convivência pela justaposição de finalidades, outros caminhos são gerados. Essa transformação é criadora. É como a fusão de qualidades: juntar amarelo com azul cria o verde. A nova cor, a nova forma, a nova ordem é integradora de semelhanças e dessemelhanças. Observa-se sempre uma parte em comum: o básico estruturante que permite integração. Não havendo essa estrutura, ou seja, havendo fragmentação, não pode surgir integração.

O todo não é a soma de suas partes. Aparências na justaposição são evidentes. Isso obviamente tanto se aplica à individualidade humana, quanto aos agrupamentos humanos. A despersonalização, a inautenticidade expressam sobreposições, conveniências e problemas. Associações com esses referenciais são híbridos, máquinas de guerra, máquinas para relacionamento, exercício de finalidades mas de núcleo vazio, fragmentos dissociados.

Seres humanos quando se aceitam, coesos em seu exercício de possibilidades, ultrapassam necessidades e contingências e assim podem estar disponíveis para o outro como semelhante. Enquanto isso não acontece, quando se realiza acréscimos, acertos e complementações são criados híbridos massificados, pois ajustados às necessidades de sobrevivência.

No estar no mundo com o outro não há um ponto a chegar, tampouco um ponto de onde partir. Há encontro, integração, ou dissociação e estranhezas. 

Comentários

Os mais lidos

Polarização e Asno de Buridan

Oprimidos e submissos

Sonho e mentiras

Formação de identidade

Zeitgeist ou espírito da época

Mistério e obviedade

Misantropo

A ignorância é um sistema

“É milagre ou ciência?”

A possibilidade de transformação é intrínseca às contradições processuais