“Eu fui o erro que ele cometeu”




“Eu fui o erro que ele cometeu” é uma frase que pode ser entendida como uma autocrítica, crítica, acusação ou constatação vitoriosa. Ter decepcionado, não ter preenchido as expectativas do outro, deixa clara a escolha errada, o convívio errado e falho.

Insinuar-se para conseguir o que quer, desviando o outro de seus propósitos, trabalho e raízes para depois execrá-lo, sentir-se vitoriosa por destruir o outro é exemplificador de ganância, violência e maldade.

Em algumas situações, perceber que o encontro com o outro se constitui em erro gera autocrítica por perceber como utilizou a confiança e crença do outro para consecução de objetivos próprios. A crítica ao outro pela escolha feita reside em tê-lo enganado.

Buscar o outro para realizar objetivos e desejos, enganando, é mentir para conseguir viabilizar propósitos e no fim usar e destruir quem confiou e acreditou. De qualquer forma, se personalizar por meio do erro cometido pelo outro é muito comum nas situações nas quais existem diferenças sociais e econômicas. É o que se observa, por exemplo, com pessoa resgatada de dificuldades, limites e impedimentos, por alguém por ela apaixonado mas que não percebe a falta de recíproca dos sentimentos, que também não percebe que só estava sendo tolerado, considerado, para galgar melhor situação econômica e social, e que foi um erro que só é criticado pela mesquinhez e oportunismo do outro.

Ser o erro na vida de alguém e disso se vangloriar é eternizar oportunismo e desonestidade, é maldade.

Comentários

Postar um comentário

Os mais lidos

Polarização e Asno de Buridan

Oprimidos e submissos

Sonho e mentiras

Formação de identidade

Zeitgeist ou espírito da época

Mistério e obviedade

Misantropo

A ignorância é um sistema

“É milagre ou ciência?”

A possibilidade de transformação é intrínseca às contradições processuais