Vida para depois (1)
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Deixar para depois, rolar as dívidas, postergar, aguardar o momento oportuno são palavras que sustentam o suposto bom senso e os ajustes caracterizadores dos processos de adaptação. Essas atitudes resultam de metas, expectativas a realizar, frustrações cotidianas, que são vivenciadas ao longo dos dias, ao longo da vida. Certos momentos como velhice, doença e aposentadoria se evidenciam como “não há mais tempo, é preciso conseguir realizar os sonhos” , os desejos, enfim, as metas de toda a vida. Dessa forma, ansiedade, angústia, vazio caracterizam o cotidiano. A avalanche é tão assídua e forte que surge a doença como forma de estabilizar, de por os pés no chão, surgindo também o cuidar de si à conta gotas e vivenciar se reduz à verificação de que a própria existência está sob controle e que nada acontecerá de abrupto. Tudo que é adiado consiste no deslocamento responsável por criação de metas, objetivando transformar as frustrações e suprir as incapacidades. É um jogo mentir