Participação e contemplação
Estar totalmente vivenciando o presente é a forma de contemplar, isto é, de estar imerso no instante que se eterniza, que continua pela participação. Não há depois, embora haja antes. A continuidade que desemboca no presente, no instante, é o anterior agora congelado no presente totalmente vivenciado. Não há anexações, nada é segmentado, tudo realiza dinâmica. Este absoluto é conseguido pela continuidade do relativamente congelado, imerso na apreensão da totalidade sem direção, sem confluência polarizante. É o momento mágico da contemplação no qual o indivíduo e o contemplado são unificados. Esta parada abrupta da dinâmica relacional é quase o cancelamento da memória, do passado, pela atualização totalizante da mesma. Não há depois, o antes também foi congelado no agora. Desaparecem dúvidas, medos, ambiguidades. Nada mais existe que não seja participação. Quando isto acontece, contemplação é estabelecida e a descoberta do novo se impõe; é percebido tudo que faz cancelar as divisões...