Valor e afeto
A trajetória humana se desenrola, geralmente, em torno de valorizar e ser afetado. Uma das implicações desse processo é situar o indivíduo, o ser humano, como receptáculo, como reagente. Nada é próprio, nada é legítimo. Apenas cadeias e circuitos são continuados. Os causalismos deterministas aristotélicos, tanto quanto as quimeras platônicas povoam esse universo, são as balizas que se deve seguir. As orientações criam expectativas e metas; é sempre um além do dado, além do que acontece. Não se está solto, desencadeado, descontínuo. Família, comunidade, país, época representam valores que situam, apoiam e significam. Ir além do valor, ir além do situante, buscar novos referenciais é criar antíteses libertadoras e também aprisionadoras, mas é o que possibilita andar, descobrir, ser livre para novos valores e novos afetos. As contingências são limitadoras, pois visam apenas satisfazer necessidades e manter compromissos. Nesse sentido, a liberdade é sempre ilusão, visto que estar solto