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Mostrando postagens de novembro, 2021

Percepção do Outro - o outro percebido como desafio III

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  O outro como desafio é o motivador, é a meta a ser atingida. Ter os conhecimentos e habilidade do amigo, conseguir vencer na vida como o vizinho e o patrão conseguiram, tirar do caminho o colega que está em cargo hierarquicamente mais alto são apenas alguns exemplos do outro percebido como desafio. Podemos também lembrar o desafio cotidiano que consiste em querer conquistar, pelo matrimônio, o colega, a colega que são ricos e poderosos. A vida parece ficar resolvida se fizer parte de significativo clã. O chegar lá, o se igualar aos que possuem muito - habilidade, inteligência, bons relacionamentos ou dinheiro, fama e sucesso - são posições constantemente desejadas. Para alcançar metas, vale tudo, até tirar do caminho o padre guardião de direitos das comunidades menos favorecidas, por exemplo, e isso é muito comum quando se planeja ganhar com uma situação engendrada e se percebe o outro como muralha que atrapalha escaladas. "Ou eu ou ela", "ou eu ou ele" são frases

Percepção do Outro - o outro percebido como ameaça II

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  Frequentemente o outro, o que está fora das esferas familiares, das esferas conhecidas e consideradas social, cultural e economicamente iguais, é percebido como diferente. Ser diferente é não possuir pontos de congruência, consequentemente de compatibilidade. Abismos educacionais, o não haver linguagem em comum, enfim, inúmeras situações fazem com que se exclua, rejeite e estabeleça restrições. Assim fazendo, uma multidão de estranhos é criada. Tudo pode ameaçar. O fazer parte de outra ordem econômico-social ameaça. Os ricos se sentem ameaçados, os pobres também. O diferente é sempre suspeito. Faltam padrões comparativos. A busca desse padrão gera a tentativa de estabelecer confiança entre os que processam a mesma fé, como por exemplo os da mesma religião ou os torcedores do mesmo clube; são fatores aglutinantes que geram familiaridade. O ser adepto de uma mesma coisa diminui a ameaça. Entre as famílias, e também entre bandidos, isso é verdade. Busca-se o apoio do sobrenome, assim co

Percepção do Outro - diante de mim o outro I

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    O outro diante de mim, essa é a grande constante do viver, do estar no mundo. Nunca se está só mesmo que o outro seja o objeto com o qual nos relacionamos, como: parede, floresta, cama, cadeira. Psicologicamente, enquanto imanência relacional, o outro me constitui. É exatamente aí que são definidos sujeito, objeto e comportamentos. Nesse processo perceptivo, a continuidade estabelece posicionamentos representativos de funções. Essas funções significadas por normas, regras determinam novos relacionamentos. Maria, a mãe, por exemplo, é ampliada pelo genérico mãe, cheio de significados, exigências, direitos, processos e história, regras e normas culturais, e então a mãe, antes de ser Maria, é também a continuidade de processos históricos, culturais, sociais, genealógicos. A mãe, assim, tem diluída sua totalidade na especificidade família. São os outros representativos além do constante processo diante do indivíduo. A reversibilidade dos processos, suas reconfigurações estabelecem perm

Perceber o próprio problema é libertador

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    Estar triste, desconfiado, inseguro sem saber o que vai acontecer, sem saber como se comportar cria expectativa, desejo de melhorar, de buscar soluções, tanto quanto, pela continuidade de frustrações e não realização dos objetivos, gera medo, depressão. Viver entre as quatro paredes de suas certezas, submetido às incertezas do que ocorre, separa o indivíduo de seu ambiente, aumentando também o seu autorreferenciamento, pois tudo que acontece é por ele percebido, entendido e traduzido como frustrações, ameaças e despropósitos à sua pessoa, aos seus planos e desejos. A culpa, o problema é sempre dos outros, do sistema, da educação, dos pais, do racismo, injustiças e preconceitos reinantes no país, no mundo, e desse modo é criado o círculo vicioso no qual tudo o que acontece é explicado pelo que não está acontecendo, pelo que poderia ou deveria acontecer. Institui-se assim as vítimas, os párias, os necessitados de ajuda, apoios e cuidados e também a grande legião de revoltados, infeli