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Mostrando postagens de maio, 2015

Propósitos e ilusões

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Uma maneira considerada boa e privilegiada de educar filhos e alunos, de gerenciar situações e consequentemente realizar desejos, é estabelecer objetivos, estabelecer propósitos e assim criar caminhos, condições de realização do pretendido. É exatamente neste criar condições que se estabelecem os melhores caminhos, as menores distâncias e por conseguinte, se simplifica a pluralidade de interseções, se simplifica as inúmeras variáveis, criando segmentos lineares, determinantes de posicionamentos dos propósitos. Ao estabelecer as melhores condições para realizar um objetivo, dicotomiza-se, corta-se estruturas para que se adaptem, para que sejam do tamanho do sonhado, do desejado e com esta atitude, minimiza-se, diminui-se o pretendido. Representações começam  a significar, eventos de comemorações são mais significativos do que o que se comemora, a função encobre e pretende substituir seus estruturantes. Na clínica psicológica diária nos deparamos constantemente com questões de apar

Precariedade

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Quando se vive com expectativas, esperando resultados, torcendo para que sonhos e desejos se realizem, instala-se precariedade no cotidiano, na própria vida. A instabilidade, a insegurança, a vivência de falta, de não atendimento de demandas é constante. Essa precariedade resulta de não se viver o presente, de não se aceitar dificuldades e frustrações. Querer melhorar e ultrapassar dificuldades, sem considerar o que as determinam e ensejam, é uma atitude de não aceitação que gera revolta e ansiedade, matéria-prima da raiva, inveja, medo e intranquilidade. Flutuando, sem apoio no existente, pois o existente é o que se deseja ultrapassar, o indivíduo, inconsistentemente movimenta-se em função do que o protege e justifica, paradoxalmente se abriga nos próprios problemas, pois os mesmos justificam todas as suas dificuldades e vicissitudes. Agarrar-se em dogmas, em crenças, utilizando respaldos do que é garantido, do que funciona cria instrumentalização e reutilização. Nada é orig

Empenhos

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Frequentemente, no afã de realizar os próprios desejos, se estruturam processos de cuidar do outro, de se dedicar ao outro. Pais e mães dedicados aos próprios filhos, por exemplo, os absorvem de tal modo que impedem o desenvolvimento de vida própria dos mesmos, constuindo assim, representantes de si próprios, mais tarde responsáveis pela manutenção e continuidade dos desejos familiares. Este empenho leva a sintonias, mas também pode ser dissonante, dissociado da própria individualidade. Realizar o esperado pelos pais é anulador: a transferência de sonhos e propósitos se dá sempre em um outro contexto e atmosfera, causando tensões aparentemente inexplicáveis, criando incapazes, viciados e desorganizados, tanto quanto brilhantes representantes do que foi ensinado, representantes dos treinamentos despersonalizadores. Em função dos empenhos buscados e realizados, as relações dentro das famílias vêm se desagregando cada vez mais. Hipotecar desejos e sonhos, por exemplo, cria dependênc

Questionar

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Frequentemente se pensa em questionar como sinônimo de perguntar. Na Psicoterapia Gestaltista, questionar e perguntar não são sinônimos, referem-se a situações diferentes. Entendo questionar como sendo a fala, e até mesmo a pergunta, que resulta da globalização das inúmeras variáveis que interferem em um comportamento, em uma motivação. Desta forma, o questionamento permite sempre percepção do que não se percebia, do que era Fundo , do que era contexto estruturante da motivação, do que era estruturante do comportamento. Consequentemente, através de questionamentos são estabelecidas antíteses. Pensar em questionamento como sinônimo de pergunta é pontualizar, parcializar processos. Para o posicionado em zonas de conforto ou de necessidade é difícil apreender configurações relacionais, pois os momentos principais de seu dia-a-dia são esgotados em ordens convergentes ou divergentes. As reduções binárias - em função dos autorreferenciamentos de alívio/dor - impedem a apreensão das din