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Mostrando postagens de março, 2021

Caos e esperança

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  Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo   Empolgada com a perspectiva de ampliação da vacinação e com a autonomia científica do Brasil na área de vacinas, antecipei a publicação da próxima quinta-feira.   Mudanças da água para o vinho são consideradas milagres, prestidigitações ou apreciações incompletas de fenômenos. O inédito, o caráter de transformação mágica só existe quando processos e estruturas não são consideradas. Hoje, 26 de março de 2021, assistimos a esse processo no Brasil ao anunciarem a vacina BUTANVAC criada pelo Instituto Butantan, vacina com tecnologia 100% nacional que evidencia a autonomia do país na sua produção. A notícia parece milagrosa, causa esperança, alegria, revolta, raiva à depender dos contextos a partir dos quais o acontecimento é percebido. Como um país em pleno caos, sem liderança política, em crise econômica e com mais de 300 mil mortos em um ano de pandemia, consegue isso? Com certeza não é um processo fênix, não é um renasc...

Práticas repetidas

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    Usualmente a repetição, a prática frequente é o que chamamos hábito ou costume. Afirma-se que essas repetições atingem níveis de inconsciência, tanto quanto de automatismos, pois seus mecanismos são explicados por condicionamentos ou manutenções inconscientes. Acontece que o hábito não é repetição ou inconsciência, ele é a resposta ao estímulo, é o automatismo do sim e do não, é a persistência do adequado, do aprendido. Nesse sentido, hábito como repetição mecânica, como resposta àquela pergunta implícita, funciona como o preenchimento de intervalos. Assim como na solidão se desmascara, grita e nada esconde, no hábito se repete uma resposta antiga. Não existem mais estímulos, entretanto restam respostas. É um dinamizador que segue a martelar no vazio. É o automatismo que nada configura, embora muito esclareça. A manutenção de costumes, geralmente entendida como hábito, nada explica, embora esclareça comportamentos. Apenas ocupa um lugar no espaço e como o preenchimento do ...

Bom é o que detém

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  Na continuidade de circunstâncias, de contingências que adensam e enrijecem aderências, o maravilhoso é ser detido, ser ultrapassado. É um momento no qual transcendências são realizadas.  Estar polarizado pela contradição exercida pelo outro, ou por si mesmo, é possibilitador de questionamento e consequentemente de mudança. Viver as próprias insatisfações, os próprios problemas é uma maneira de começar a resolvê-los. Descobrir como é motivador o que se conhece e o que se trabalha, tanto quanto o que não se sabe para onde nos leva, mas que oferece surpresas e descobertas, é satisfatório, cria felicidade e alegria. É a curiosidade, o despertar, o ir para diante na continuidade do estar aqui e agora. Encontrar o outro - igual ou diferente - também pode ser um polarizante que detém. Esse processo é estar totalmente dedicado e sem alienação. Tudo é vivenciado enquanto vivência e não como pontos a atingir, situações a manter. A perda de limites posicionantes é libertadora e essa l...

Imersão

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  A dedicação possibilita inúmeras vivências. Totalmente voltado para o que se pretende e propõe se consegue imersões transformadoras. Esse processo é a continuidade do estar no mundo com o outro diante de obstáculos, soluções e problemas. A imersão é uma decorrência de estar vivenciando o presente. A continuidade da vivência presentificada cria disponibilidade e exila metas - que são propósitos antecipados -, fazendo com que tudo sinalize enquanto motivação. O percurso das nuvens, por exemplo, ou o deslocar de formigas são exemplos de ordens frequentemente não configuradas. Pensar em Deus, em natureza é lançar mão de extras com relação ao ocorrido. O que não se vê entre nuvens e formigas são andanças, movimentos, e isso as iguala. Semelhanças, diferenças tudo é continuidade de significações não explícitas. Certos contextos podem elucidar. Só a dedicação, a imersão, o voltar-se para, é capaz dessa realização. Não é empreendimento, não é propósito, não é desejo, é ombrear-se, voltar...

Expressão

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    Expressar é significar. A expressão do significado sempre ocorre e é estruturada por diversos contextos. Símbolos - linguagem na esfera geral - realizam a magia que é a expressão do pensamento, do sentido, do que é vivenciado. No pequeno mundo individualizado, poucos gestos, poucas palavras, poucos olhares indicam muito. É o jeito de corpo, é o fingindo não fingir, é a expectativa, é o vazio que muito revela. Situações sínteses, olhares perfeitos e completos, palavras definitivas podem expressar tudo. Uma dessas palavras síntese é a expressa na tradição védica: Om . Tal palavra, tal som se transforma em vibração, transcendendo e afirmando códigos e referenciais de escuta. Outro exemplo contundente e corriqueiro encontramos na esfera individual: a força da unidade ou grito de uma mãe avisando ao filho que tem um obstáculo perigoso à sua frente. A expressão, às vezes, é uma maneira de dar vida, de presentificar anseios, medos e descobertas. Ela é a liga de encontros e desenc...