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Mostrando postagens de outubro, 2021

Implícito

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  Implícito é o contexto, o Fundo, a base (relação Figura e Fundo), o intervalo que elucida. É o implícito que permite a continuidade de nossas vivências. Ora é o caminho, sem ele não há caminhar, ora é o pé no chão, sem ele não há caminho. Essa configuração, Figura e Fundo, tudo estrutura. É o ser no mundo, ser com o outro, continuidade, fragmentação. Prazer e desprazer, aparentemente opostos, são apenas polos da mesma reta, aspectos da mesma totalidade. Casca e miolo formam o implícito, que em algum sentido pode ser a fruta. A fruta, o resultado, é explícito em relação ao que está acontecendo e implícito ao que foi estruturado. Não há dualidade, não há causalidade. Só no presente, no estar aí, é que se percebe e vivencia o implícito. Essa é a verdadeira base das relações, das configurações problemáticas, tanto quanto das soluções psicoterápicas, e consequentemente da resolução de problemáticas. É vida, é escolha, é integração. A apreensão do implícito é a procura de totalidades, do q

Sutilezas

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    Sutilezas, esses amorfos, se tornam densos quando contextualizados. Receber o café frio ou observar os olhos levemente arregalados podem exprimir o cansaço do estar junto, do nada mais ter que motive. A manutenção, o cansaço negado podem ser gritados por sutilezas. É a relação entre o que ocorre, como, quando e onde ocorre, que tudo explicita. Frequentemente temos que contextualizar situações em outros acontecimentos que encaixam muitas coisas - como acontece nas brigas reais - para entender início, meio e fim de processos. Gritos de agonia ou de prazer nada expressam isoladamente. O isolamento, a percepção descontextualizada transforma em ruídos os sons mais diversos. As formas sutis de amor ou de ódio são sempre manifestadas, embora nem sempre percebidas. A sutileza é o qualitativo que tudo atravessa, embora geralmente só signifique enquanto quantidade expressa. Nesse sentido, a sutileza só aparece quando se quantifica e nesse momento ela se nega. Explicar a piada, repetir a lada

Insight não é comprometimento

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  Algumas vivências podem ser atrapalhadas, confundidas pela memória. O presente contextualizado no presente permite a percepção do que está se dando, acontecendo enquanto situação que se dá, que ocorre. Quando o presente é contextualizado no passado, esse fato, esse contexto interfere na percepção do presente. Cria semelhança ou dessemelhança buscadas/encontradas. Esse processo quebra o vivenciado enquanto situação que se dá, que ocorre. Constatação acontece por estar presente, nunca antes ou depois. É necessário não deixar a memória interferir para que não surjam comparações que se misturam no que está ocorrendo. Estar totalmente no presente é se permitir a apreensão do que ocorre em toda sua beleza, em todo o seu horror, no que esvazia, no que integra. Constatar é definidor, é ampliador de limites e de possibilidades. É caminho, é o novo que resplandece. É o insight. Outro artigo meu sobre este tema: " Constatação - Impasse e movimento " (https://wsimag.com/pt/bem-estar/19

Ressignificações

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  Novos significados só são possíveis quando surgem novos contextos estruturantes. Trabalhar o significado simbólico e o lingüístico exige sempre contextualizações para que haja comparação dos mesmos. Símbolos estabelecidos, linguagem escrita, falada ou desenhada são sempre fatores de discriminação seja para entender ou conhecer (discriminar), seja para separar, excluir, isolar. Recortes parcializadores criam preconceitos. A história está cheia de inúmeros exemplos, dos mais habituais aos mais esdrúxulos como o vermelho da beterraba na sopa borsch da Rússia ressignificado e entendido como sangue de crianças na sopa; ressignificação para induzir o horror aos comunistas, horror considerado fundamental e necessário na guerra fria. Em alguns casos, ressignificar nada mais é que "puxar brasa para sua sardinha", isto é: transpor formas, e isso é sempre gerador de destruição se não forem mantidas as coerências significativas das formas. Nesse sentido falta às ciências humanas, tant