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Mostrando postagens de junho, 2019

Segurança econômica como libertação e realização

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Viver em função da necessidade de superar as próprias carências econômicas e sociais, galgar os degraus da melhoria econômica faz com que se seja aceito e considerado socialmente. Essas ideias se transformam em conceito - só significa quem tem dinheiro - dando suporte às ações dos empreendedores e também dos emergentes, tanto quanto de inúmeras pessoas que se reduziram a essa situação econômico-social. São equivalentes a Midas, que tudo que tocava virava ouro e assim morria de fome, não podia comer pão nem maçãs de ouro, pomos discordantes que não saciavam a sua fome. A única diferença é que os processos variam no tempo. Para Midas não houve sequência, instantaneamente percebeu a possibilidade de sobreviver - ia morrer de fome. Para os emergentes e os que tudo fizeram para enriquecimento, enriquecer era a solução mágica para seus desejos e frustrações, virar rico tudo resolvia; só que quando o processo se efetiva o que se vê é um monte de ouro que tem que ser cuidado, administ

Antecipação

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Certezas antecipadas deprimem ou geram euforia. Saber que tudo começa e termina, que os processos existem, é entrar em circuitos infinitos. Quando isso acontece, as vivências se impõem e as certezas são suspensas. É o transpor de limites que tudo muda. Não necessariamente o que acontece mil vezes se repetirá a milésima primeira vez, como falava Kurt Lewin. Fazer a conta, ou seja, contabilizar é uma maneira de se retirar magicamente do que ocorre. Ou se vivencia, ou se contabiliza, isto é, contabilizar é uma vivência que superpõe e anula a outra vivência. Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Essa superposição nega e resgata. Nega e resgata o quê? O que se pretende? Chegar onde? Os processos voltam a ser antecipados, é a certeza necessária que preenche o vazio do medo e da dúvida. A continuidade disso provoca compulsão: é preciso controlar, é necessário adivinhar para manter a antecipação. Nosso sistema econômico-social - capitalismo de mercado - ofere

Inexorável

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Inexorabilidade é o que caracteriza os processos quando considerados sob o ponto de vista da continuidade, do movimento. O movimento é inexorável, consequentemente há transformação, e é essa constante contradição que estabelece vida, morte, ordem, desordem. O desenvolvimento de qualquer processo, dos orgânicos, dos sociais e econômicos aos psicológicos é gerado por expressão de suas estruturas. Essa inexorabilidade processual ilude, manifesta-se como permanência e assim é caracterizada em um mundo onde tudo é impermanente. Essa contradição só é apreendida quando se configura o denso e o sutil, o aparente e o real. Toda dualidade inexoravelmente conduz, expõe a unidade: a expressão, a manifestação do que ocorre, do que acontece. A descoberta das próprias não aceitações é um processo que inexoravelmente conduz à mudança quando se questiona as imobilizações, tanto quanto quando se nega essas imobilizações surgem divisões, mentiras e utilização das descobertas como dogmas e reg

Inesperado

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Inesperado é o que solapa ou o que magicamente realiza desejos e sonhos. Estar à mercê nem sempre é uma atitude que se escolhe. O acaso permeia e situa tudo que está em nossa volta. O acaso e a necessidade, a contingência e o limite, o possível e o impossível, o desejo, o mundo, a vida, a morte, tudo isso se constitui no processo esperado e inesperado. As perpendiculares que se cruzam, que se encontram, que se esbarram são o inesperado, o próprio do processo tanto quanto seu impróprio, seu avesso. Uma paixão, um desejo, um cair doente são inesperados, entretanto, só acontecem a alguém ou a alguma coisa, ou seja, tem sempre um ponto de encontro, de captação. As grandes tragédias inesperadas são, por definição, sempre esperadas: é a falta de manutenção do avião, é o erro de sincronização, é a confluência do absurdo no real, é o encontro. Coincidir é esperar, é ter o espaço e o tempo para receber, tanto quanto o inesperado é o incongruente, o que não coincide. Às vezes