Percepção do Outro - o outro percebido como eu mesmo VIII
"O outro sou eu" - essa divisão - implica em autorreferenciamento. Os níveis do autorreferenciamento chegam a tal ponto de fragmentação que não existe mais questionamento ou comunicação. Como ilhas, nada esbarra, nada questiona. O outro é a própria pessoa. Nas vivências delirantes, nas alucinações psicóticas, no desejo de explorar, de se dar bem, de utilizar o outro - seja filho, parente, amigo ou inimigo para consumação dos próprios desejos - esse processo de autorreferenciamento é encontradiço. "O outro sou eu próprio". Esse é o artifício que exila qualquer possibilidade de reconhecimento e questionamento. Reduzir tudo a si mesmo, pontualizar a existência é um desejo desesperado de ter um ponto de atuação, um ponto de gravitação a partir do qual as situações se estruturem e se definam. Uma vez pontualizado, só por meio da recriação de retas que se encontram e desaparecem é que se pode recriar processos. No processo psicoterapêutico é frequente encontrar essas e