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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Neutralização das circunstâncias

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É muito difícil neutralizar circunstâncias. Equivale, em certo sentido, a deter uma corrente de água, a deter multidões cegas ou manadas de touros ou búfalos, por exemplo. Para poder observar esses fenômenos é necessário estar em planos diferentes dos quais os mesmos ocorrem. Com isso não quero dizer que se deva estar em posições vantajosas, não se trata do conhecido “ acima da carne seca ” ou o “ assistir de camarote ” popularmente consagrados para referir-se a posições privilegiadas. Só podemos neutralizar circunstâncias quando transcendemos necessidades pela realização de nossa possibilidade humana. A única forma de neutralizar circunstâncias é não ser circunstancializado. É o não viver em função da satisfação de desejos, da busca de realização de bem-estar, da realização de propósitos, sonhos e metas. Estar preso ao sonho, viver para realizar grandes ideais e propósitos transforma o ser humano em um barco, um objeto ao sabor de correntes - circunstancialização que o alie

Perfídia

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Engano deliberado, traição, insídias e estratégias para consecução de objetivos que vão desde encobrir o que se considera vergonhoso até realizar o que se ambiciona pode ser resumido como perfídia. O característico do engano pérfido é a deslealdade, é o fingir, o fazer de conta. Pode haver traição sem perfídia. E embora na traição haja também deslealdade, pode não existir o faz de conta, o despiste, as máscaras, que, além de esconder, indicam outras fisionomias.  A pior máscara é a do bem, pois não se pode apoiar o bem naquilo que não é verdadeiro. Máscara é aparência e aparentar é enganar. Disfarçar-se de bondoso é perverso, seduz e impede dúvidas desde quando novas configurações são indicadas por meio da nitidez que dispersa sombras e ambiguidades, mas que esconde sempre outros interesses. Pérfidos são os indutores. Levam indivíduos a situações que jamais seriam acatadas pelos mesmos, mas que por meios e artifícios aparentam ser diferentes do que são, explorando e

Desmoralização

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Descobrir o que está escondido é esclarecedor e é revelação, mas também é desmoralização quando o que é descoberto foi escondido por pessoa, ou pessoas, em função de objetivos escusos ou criminosos de pessoas ou de grupos partidários, religiosos etc. Usar pessoas, ameaçá-las, coagi-las a práticas destrutivas, infames ou sexualmente lesivas, a fim de realizar desejos perversos e objetivos criminosos, sempre são ações escondidas. Os conhecidos roubos de heranças dos parentes, os “golpes do baú”, as apropriações indébitas do patrimônio do outro ou da União, o roubo das verbas escolares e da saúde, os abusos sexuais contra mulheres ou feitos às crianças educandas e aprendizes (pedofilia), tudo isso é escondido e sempre escamoteado. Inúmeras imagens sociais, consideradas e aceitas, funcionam como máscaras que ocultam, que despistam, que impedem dúvidas sobre condutas desonestas e perversas, imagens tais como: o homem de bem, o chefe de família, o sacerdote, o que doa aos pob

O descartável é definitivo

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O resíduo cria novas realidades e congestiona processos. Freud foi eloquente quando mostrou a pressão exercida pelo dispensado, o descartado, o recalcado. Seu constructum - o inconsciente - permitia abrigar tudo e, quase por entendimento/contradição, era também um resíduo que tudo abrigava. Oximoro polêmico e responsável pela alienação na visualização dos processos psicológicos, na apreensão do humano, mas que foi muito útil como lata de lixo, como trash fundamental a todo sistema. O trabalho escravo, o trabalho não remunerado ou mal remunerado (exercido principalmente por mulheres) é também um resíduo que suporta e mantém o sistema capitalista. Ganha-se muito mais do que se paga a empregados, e além disso se exerce controle, incentivando, por exemplo, instituições religiosas que permitem salvação, acenando com a vida eterna, pois isso é um descartável que configura densidade e apoio para os sobreviventes submetidos às pressões alienadoras e exploradoras. Assim, quanto