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Mostrando postagens de agosto, 2022

Fracasso

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  Sentir-se fracassado é uma das reconfigurações de dinâmicas psicológicas criadas por novos posicionamentos. Ao se posicionar como fracassado, o indivíduo reduz também todos os relacionamentos e vivências a resultados, a conquistas e vitórias. Essa contabilização ou mercantilização afasta e diminui a possibilidade de realização de seus propósitos ao tentar ampliar suas oportunidades. Educado para vencer, para não fracassar, aprendendo e pensando que o mundo é dos mais fortes, dos espertos e vitoriosos, ele se agarra ao que vai conduzir a esses resultados. Voltado para o futuro, para seus sonhos, seus desejos, e o que julga como seus direitos ou recompensas, ele não percebe, não vivencia o presente, não vivencia as frustrações e toda e qualquer dificuldade que contribua para sua desaprovação, estabelecendo assim, as bases de sua despersonalização: ele retira os pés do chão e caminha nas nuvens dos desejos. Sempre assim, pensando tudo pelos filtros decisórios do que vai impulsionar, do

A bondade

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  Sentir-se bondoso é uma das reconfigurações de dinâmicas psicológicas criadas por novos posicionamentos. Como diz o cantor Chico César: "Deus me proteja de mim / E da maldade de gente boa / Da bondade da pessoa ruim..." .  Qualquer posicionamento quebra dinâmica. Quando isso acontece surge comprometimento que pode passar a ser pódio, bunker ou trincheira de segurança ou de destruição, no mínimo de subjugação por mais bem intencionada que seja. As trincheiras da bondade geralmente são construídas em comunidades religiosas como uma forma de atrair adeptos ao prometer o bem e o melhor desde que todos se submetam e reine bondade: devoção, obediência, sacrifício, dedicação à divindade e ao sacerdote. A bondade institucionalizada também caracteriza e caricatura as várias faces do egoísmo e da vaidade. Instituições de caridade, orfanatos, abrigos de idosos são exemplares para mostrar as bondosas faces que o mal pode expressar. Ser bom, ser bondoso é uma senha quando essa caracter

Ignorado

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  Sentir-se ignorado, desprezado é uma das reconfigurações de dinâmicas psicológicas criadas por novos posicionamentos. A avaliação de vivências, seus resultados, faz com que algumas pessoas sintam ter "passado ou estar a passar a vida em brancas nuvens". Essa é a constatação dos sonhos falhados, de não ter nada construído, de não ter significado. Achar que é necessário ter sucesso, ser proeminente, enfim, fazer alguma coisa para justificar a vida cria os ávidos pesquisadores do que vai dar IBOPE, cliques e likes. É a vida voltada para o resultado, é o constante amealhar de elogios e comentários que funcionam como gorjetas ou propinas. Receber o óbolo, a gorjeta que aplaca é antes de tudo se colocar como expectante. O contínuo exercício dessa posição neutraliza expectativas. O que se recebe é sempre insuficiente, então é preciso mais. Vem a desonestidade, a contravenção, o ir até onde pode ganhar mais e receber o suborno, ajudas para viabilizar desejos, sonhos e metas. O desp

A vítima

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  Sentir-se vítima é uma das reconfigurações de dinâmicas psicológicas criadas por novos posicionamentos. Omitir-se diante do que ocorre, não enfrentar conflitos, esgueirar-se de contradições, "ficar em cima do muro" quando sequer há equivalentes de esconderijos faz surgir sulcos, descontinuidades. Esses vazios no decorrer dos processos relacionais estruturam posicionamento a fim de justificar e diminuir constatações lesivas para a própria imagem do indivíduo diante de si e dos outros. É frequente sentir-se culpado quando constata que se estivesse mais presente alguns acontecimentos poderiam ser evitados. Conviver com a constatação diária da falha, do erro, que quando não aceito é desagradável, cria culpa. A culpa, em certo sentido, é benéfica, pois justifica e desloca o sentir-se impotente diante do que acontece. Essa aparente vantagem da culpa como minimizadora de conflitos é ilusória. As dinâmicas existem, as situações não se resolvem por estarem escondidas, ou ainda, tudo