Rejeitados
Ser sempre desconsiderado, percebido apenas como ocupante de um espaço faz com que o indivíduo aceite não existir significadamente, admita existir apenas em função de demandas, de respostas ao solicitado, ou faz com que construa motivações para ser alguém, para chamar a atenção, para ser considerado, nem que seja por indisciplina e maldade. Ser isolado do mundo, do relacionamento familiar, ou ser julgado inútil, desagradável e prejudicial cria os submissos, tanto quanto os revoltados. É frequente nas famílias de renda abaixo da média e cheias de planos de ascensão social (metas) considerarem os filhos “uma boca à mais, um fardo” e, como tal, desconsiderados enquanto individualidade. Submetidos à diária alegação de como eles precisam retribuir o que foi e é gasto, são cada vez mais exilados do afeto, despersonalizados e programados para mais tarde retribuir tudo que receberam. Agradecer toda a ajuda, o pão cotidiano e correr atrás da meta, da realização é uma constante esvazi