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Mostrando postagens de agosto, 2019

Sistematização

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Ao sistematizar se transforma dificuldades pelo fato de criar padrões, de estabelecer limites que possibilitam continuidades. Ocupar espaços, perceber novas configurações é uma maneira de estabelecer critérios que definem a continuidade. Transformar as vivências em motivações, em padrões que permitem sistematização automatiza o cotidiano, transformando também o indivíduo em robô, maquina bem cuidada para realizar funcionamentos. A sociedade, a família, a empresa sistematizam e cabe ao indivíduo perceber esses processos como referenciais, chão por onde caminha, mas sempre questionando onde leva esse caminho e que paisagens oferece. Se perder na estabilidade é uma forma de despersonalização. Se encontrar na desestabilização é também uma forma de despersonalização. Só por meio de constantes questionamentos se vivencia o que ocorre, o presente que tudo personaliza. Utilizar apoios e engrenagens é apassivador. A vida é para ser vivenciada, não há onde chegar, nem de

Definição e conceituações

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Impossível definir alguma coisa sem inseri-la em seu universo conceitual, mas essa impossibilidade é cotidianamente o mais fácil e frequente, e assim, tudo é definido, decifrado e explicado. Vamos nos deter na questão do igual ou da igualdade. O que é igualdade enquanto relacionamento, enquanto vivência e constatação? É fácil pensar, entender e verificar os vários níveis de igualdade, mas tudo se complica ao se perceber que o igual ou a igualdade só pode existir em relação a alguma outra coisa ou a alguém, enfim, debaixo, atrás da igualdade, amparando-a e determinando-a está a comparação. Esse processo, esse comparar, destrói ou realiza a ideia de igualdade? Percebemos uma forma, dizemos que é um triângulo, que são retas em outras posições, outras configurações, mas o plano é o mesmo, é igual. Igual a quê? Compara com o quê? Essa imprecisão e incerteza assolam o cotidiano. O outro é o semelhante que é também o diferente. Semelhante e diferente enquanto roupas que usa, p

Esmagadura

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Quanto maiores são as expectativas, desejos e metas, maior o medo do futuro. São altos e baixos, esperando e torcendo por bom resultado, que tensionam e geram ansiedade. Conviver com a ansiedade equivale a ser envolto em densas fumaças que impedem ver e respirar, enfim, impedem tudo fazer. O deslocamento das expectativas em função do que vai acontecer geralmente é caracterizado sob a forma de medo, nome dado à paralisia da imobilização, à impotência que é transformada em omissão. Estar omisso, paralisado é o medo. A vivência de não ter saída e a continuidade desse processo torna exíguo o dia a dia. O espaço comprimido gera angustia, taquicardia, desespero, ódio, raiva. A pluralidade de sentimentos é tão densa que esmaga, consequentemente esvazia. Não se sabe mais o que fazer. Surgem clichês aplacadores: os bons vencem, Deus ajuda, os poderosos sempre ganham. Perdido nessa miríade de conclusões e constatações desvitalizadoras o indivíduo sobrevive como vítima que precisa

Desvinculação de responsabilidades

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Nas vivências autorreferenciadas nas quais tudo se configura em função dos próprios interesses, justiça, solidariedade e responsabilidade em relação às próprias obrigações e deveres não existem. Na esfera individual isso é problemático e quando desenrolado em ambiente familiar cria muitas dificuldades e abusos. Sociedades doentes, precárias, resultam de famílias doentes no sentido de membros autorreferenciados nos próprios interesses. Os ricos esperam e fazem com que os filhos tenham destaque e sucesso, os ladrões ensinam os filhos a roubar e os pobres/remediados lutam para que os filhos consigam o que eles não tiveram. Não há ideia ou conceito de convivência. O que existe são regras e métodos para conseguir, para se eximir de responsabilidades e de punição. Nas sociedades latifundiárias grilar as propriedades alheias era e é uma forma de enriquecer e nessas sociedades leis e tribunais foram criados para permitir isso, para absorver e absolver. Atualmente, a impunidade, os

“Abra a porta do avião que eu quero saltar”

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“Abra a porta do avião que eu quero saltar” é o que se pensa diante da dinâmica avassaladora da omissão, do medo, do pânico autorreferenciado. Querer negar o processo, buscar apagar e transformar em irreversível tudo o que se faz, é a saída mestra do arrependido, do incapacitado pela paralisia do instante. É o desespero diante do imponderável, diante do irreversível - é o pânico. Não aceitando a reversibilidade e continuidade dos processos, o indivíduo tem ações prepotentes e onipotentes que ele acha que o colocariam em outras dimensões. Esta atitude mágica, se persiste, cria o alienado. A alienação - o desespero diante do cotidiano - é gerada pela não aceitação dos próprios problemas, gerada também pela constatação da própria impotência e incapacidade. O ato desesperado de buscar saída, ou não saída, resulta de oportunismo nascido da vitimização e inveja. Chamar a atenção, pedir, desesperar-se tem sido a moeda de transação. Esse se expor é o que tem dado resultado. Os g