Pactos
Goethe, no Fausto, resume o desespero da falta de recursos e da ambição humana no pacto que se faz com o Diabo. Comprimidas e confrontadas entre o bem e o mal, as pessoas gananciosas e desesperadas fazem pacto com o demônio. Usar essa ajuda era sair do limbo, da mesmice, era o prazer, o poder total. Atualmente, os pactos estão ampliados. Não é preciso vender "a alma ao Diabo", é possível vendê-la a inúmeros compradores ou a inúmeros diabos, sejam eles o chefe, o policial, o patrão, o marido, a mulher, os companheiros de casa, de cama e de cruz. Tudo é garantia de diminuir infortúnios: o colega que denuncia outro para conseguir promoção, a esposa que suporta violências para garantir o futuro dos filhos, o amigo que nega acertos para obter lucros, o vereador e o governador que pagam pelo voto, o que ocupa o lugar na fila enquanto o outro descansa, são diversas formas de vender a alma ao Diabo, inclusive com menos problemas, pois a ideia de alma e diabo já foram diluídas. Alma, ...