Erro trágico e peripécias
Tudo que é avaliado, medido implica sempre em erro ou acerto. Certas situações são tão óbvias que delas só deveriam resultar acertos, mas, mesmo quando se tenta "agir corretamente", sem questionamentos e sem globalizações se incorre em erro, que em alguns casos pode ser um erro trágico. Shakespeare, em o Rei Lear, retrata magistralmente o erro do soberano ao trabalhar com o óbvio e o evidente. Obviedade, evidência são recortes parcializantes do existente, recortes integrados nas estruturas das próprias avaliações (autorreferenciamento). O que se destaca só é globalizado quando percebido em função de seus dados estruturais (presente percebido no contexto do presente). O Rei Lear achava que duas de suas filhas expressavam amor filial quando escolheram o que queriam na divisão de seu reino; a outra filha, Cordélia, expressava desconsideração quando apenas se propôs a receber o que a ela se destinasse, afirmando que o amava "como corresponde a uma filha, nada mais, nad