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Mostrando postagens de setembro, 2017

Poder, egoísmo, arma-na-mão e maldade

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É sempre intrigante constatar que os poderosos, principalmente políticos, roubam, enganam e não se sentem mal! É quase - do ponto de vista deles - "dever de ofício" visto como solução e eficácia. Espanta também ver o assaltante, o marginal roubar, matar e não ter conflitos, não ter remorsos. Será que pertencem a outra espécie, outra forma de gente como imaginava Lombroso? Não. São sempre seres humanos. A diferença é que foram transformados em sobreviventes e, portanto, tudo é vivenciado em função dos desejos e necessidades extrapoladas e polarizadas para os deslocamentos da não aceitação. A não aceitação estabelece padrões e regras. É necessário ganhar um bilhão de dólares para se camuflar como humano, para se sentir gente e esquecer a bestialidade de seu processo. Outros precisam matar, eliminar 100 pessoas ou um número ilimitado, para sentirem-se capazes de ações e de prazer. Transformar o outro, o diferente ou semelhante, em espelho, em respaldo ou desculpa de c

Curar e ajustar - amordaçamento da subjetividade

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Cartaz de 1936, indicando como as pessoas eram marcadas na Alemanha nazista Salvação da família, da propriedade, "cura gay" traduzem desejos de comprometidos, atitudes restritivas que, girando em torno dos critérios de ajuste e mais-valia, ameaçam a liberdade, desumanizam e alienam. A discussão dos últimos dias em torno da Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia ( CFP ) - que determina a atuação de profissionais da Psicologia quanto à orientação sexual -, a reivindicação de que ela seja restringida, estabelecendo a possibilidade de tratamento psicológico para reversão de orientação sexual, é um exemplo desse comprometimento. Essa discussão é universal, atualmente atinge uma abordagem mais ampla que engloba questões de gênero, identidade, transexualidade etc. e voltarmos, hoje no Brasil, ao ponto em que estávamos há três décadas, além de ser uma infração de leis agora existentes, é um retrocesso que nada têm de preocupação científica como alegam os def

Abuso no trabalho

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Abuso no trabalho é um tema recorrente hoje em dia. Situações de abuso sempre indicam autoritarismo, prepotência e utilização do outro enquanto subordinado. Acreditar que um funcionário vai se submeter a tudo, pois não pode perder sua manutenção de vida, seu emprego, faz com que, da chefia à colegas, criem-se situações difíceis que precisam ser transformadas em fáceis através da submissão. Fazer de conta que não há provocação, que não existe abuso é a negação que permite manter o emprego. Permitir ser abusado só é possível quando se nega a humilhação presente em função de amealhamentos futuros. Transformar o dia a dia, o trabalho, em ponte para sobreviver é negar a própria realidade, a própria identidade. Nem sempre o que é narrado como abuso advém da exploração das autoridades estabelecidas. Às vezes o que se vivencia como abuso no trabalho é uma extrapolação mantenedora da atitude de medo, ansiedade, desejo de ser considerado e cuidado. Esses deslocamentos

Beira de abismo

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Nas situações limites, nas quais dificuldades existem, a condição de mudança, a participação do outro, principalmente enquanto psicólogo, é fundamental. Descortinar horizontes, ampliar referenciais, realizar implosões que possibilitem aceitar os abismos da descontinuidade, que possibilitem até aceitar o inevitável, é um trabalho psicológico. Nesse panorama, o trabalho do psicólogo, ampliando horizontes, é da maior importância. Além de ouvido amigo, são seus olhos atentos que possibilitam mudanças, que interrogam contradições e solucionam impasses. Contemporaneamente, a especificação de funções próprias e adequadas gera, significativamente, vestimentas uniformes, cria autômatos programados para tampar buracos, para manter e criar aparências de eficácia, de responsabilidade e cuidado. Dispositivos e sugestões de nada adiantam, não ajudam e apenas existem como sedativos de temores e apreensões. Atitudes de participação, ouvindo, observando, até mesmo questionando, é o que se