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Mostrando postagens de junho, 2012

Sacrifício e restrição

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O ser é possibilidade de relacionamento, apenas isto e isto é tudo. Não existem seres bons, maus, mediocres ou superdotados como preexistências aos dados relacionais. Somos seres com possibilidades relacionais que, quando posicionados, mantemos arquivos de memória, estruturando o eu. O eu é o sistema de referências responsável pelas identificações. Confundir ou igualar o ser ao eu é reduzir as possibilidades a padrões e regras características do indivíduo. Somos seres relacionais limitados por referenciais posicionantes. Questionar e identificar esses posicionamentos cria dinâmica, faz mudar. Psicoterapia é onde esse processo se realiza ou é impedido a depender das metodologias e conceitos utilizados. Atualmente é frequente ouvir psicoterapeutas dizerem que toda criança precisa de uma relação estável: os pais não podem estar separados. Opiniões baseadas em juizos de valor são alienantes. Pensar assim é responsável pela manutenção das ordens constituidas, demonstram o medo da

Sentimentos e emoções

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Uma das implicações do conceito da Psicoterapia Gestaltista de que tudo é relação * - percepção é relação, o ser é possibilidade de relacionamento - é rever a noção elementarista, dualista, causalista, de afetividade humana.  A fundamentação dualista, a idéia de interno e externo, de sujeito e objeto como posições preexistentes, distorcem o conhecimento, o trabalho e o pensamento psicológicos, catalogando e esquematizando a vida psicológica em categorias como sensível versus insensível, bondoso versus maldoso, sentimental versus racional etc. Eles fazem também uma distinção entre "sentimento" e "emoção" onde o "sentimento" remete a "interioridade" e a "emoção" à "exterioridade", à expressão física (como lágrimas, aumento de batimentos cardíacos, calafrios etc). Alguns psicólogos pensam que sentimento é algo subjetivo, interno; acham que sentimentos são característicos de pessoas sensíveis. E quando perguntamos qua

Sistemas e robôs

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Fundamentados no lucro, mais valia, exploração, habilidades e direitos, os sistemas sociais - desde a família às regras educacionais e legais - se esmeram na produção de robôs bem acabados ou com avarias de fabricação. Não há lugar para o humano. Doença, neurose, drogas, não aceitação, desespero e maldades surgem. As psicoterapias, são as ilhas onde as paradas e pausas deste processo desumanizador podem existir. Entretanto, para que aconteça transformação é necessário questionamento a todo processo de adaptação em função dos valores desumanizadores. Geralmente isto não ocorre. O que se vê nas terapias é o chamado "recarregamento de baterias" para enfrentar e manter as raivas, invejas, desejos e justificativas. Situações extremas, excruciantes geram sempre a pergunta: sobreviver para quê? Viver para quê? Muitas psicoterapias, pelo compromisso que têm com o sistema, conseguem transformar estas perguntas em meros sinais, em símbolos, dizem: "perguntas são interrog

Cordas e amarras

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Esforço é desumanizador para o homem. Máquinas são programadas, homens o são apenas quando mecanizados em função de ritmos a serem mantidos. O ser humano ao se relacionar com o outro, com o mundo e consigo mesmo, enfrenta situações, caindo e levantando consegue, falha; é um processo que ele  inicia e participa, não é um espetáculo, uma situação que ele avalia, considera, aposta ou torce. Não aceitar limites leva a romper certos coeficientes reguladores. O coeficiente de elasticidade no mundo físico e os limites de tolerância no dia-a-dia relacional nos mostram isto. Para estas pessoas que não aceitam a realidade, que não se aceitam,  estimulos, incentivos permitem geralmente realização de desejos e metas. Tudo que impulsiona, que possibilita algo pode ser utilizado e adequado. Por outro lado, sem muletas, sem amuletos, não chegam onde querem. Possibilidades de relacionamento, processos, são transformados em necessidades; surgem funcionalidades valorizadas e na sequênc