Embaraço
Alguns reencontros parecem revelar vivências tanto de estranheza, quanto de familiaridade. Reencontrar o íntimo e familiar em novos contextos, causa embaraço. Existe reconhecimento, encontro, porém isto se dá em situações outras que não as do estruturante relacional anteriormente vivenciado. Equivale a um pentimento. Debaixo daquela pintura existe outra; na realidade, a anterior se insinua tão forte que embaralha, embaraça. O grande limite, o insinuado é um novo que só existe enquanto marcação anterior. Esta confusão requer renúncia, seja do que ocorre, seja do que ocorreu. O passado está problematizado, está encoberto e assim o presente é esvaído nas tessituras relacionais. Equivale ao choc au vide agora traduzido pelo choque ao ocupado. Estas vivências são frequentes no reencontro após descobertas: filhos que encontram seus pais depois de muitos anos, novas famílias; ocorre também nos reencontros de laços afetivos, tanto quanto nos reconhecimentos em situações limites.