Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2022

Conhecimento é percepção

Imagem
  Toda percepção é conhecimento, ou seja, perceber é conhecer pelos sentidos: visão, audição, olfação, gustação e tato. Perceber é apreender o mundo, a realidade, o que está diante. Quando se percebe que percebe, se constata, se insere as constatações em referenciais. Esse banco de dados é individual e é o contexto para aplicação e restauração, ou seja, para tradução do conhecido. Quanto maior o referencial cognitivo, maior a possibilidade de constatação. É saber que sabe, é conhecimento e reconhecimento das redes individualizantes. Família, professores e sistemas que encaixotam, que agrupam fatos e realidades segundo conveniências e regras pessoais e sociais, direcionam e dificultam a ampliação do conhecimento, desde que o canalizam para propósitos específicos. Ser livre é validado pelo acesso a informações sem censuras, nem seletividades decorrentes de interesses particulares. Separar o joio do trigo requer formação e informação. Ser formado e informado por heterogeneidades perceptiv

A cegueira da ambição

Imagem
    Querer obstinadamente, ou precisar de alguma coisa ou de alguém, faz com que as pessoas caminhem às cegas para realização de desejos. O desejo, o propósito, o que se quer, funciona como uma espécie de farol, de luz que ilumina as trevas. Assim, só se avança às cegas, só se trilha os escuros caminhos quando se está obcecado, seduzido pelo êxito, pelo resultado do que se quer conseguir. A pessoa apenas se coloca a possibilidade de vencer ou vencer. Não há perspectiva, não admite a possibilidade de derrota, de fracasso, de não realização, pois a meta, o propósito, o processo ganancioso, a impossibilidade de fracassar é soberana, é o único existente para nortear caminhos. A meta funciona como um redutor de tensão e de possibilidades, um açambarcador de desejos e propósitos que ilumina rotas e faz enxergar nas trevas. É uma atitude que exaure, cria medos, pânicos e desespero. A ideia de que tem que dar certo, tem que conseguir é avassaladora, faz com que o cego ande, mas faz também com

Fronteiras, humanização e transformação

Imagem
  Heródoto, o historiador e viajante, era muito impressionado com os preconceitos de seus compatriotas gregos em relação a outros povos, outras culturas e até mesmo à ideia vigente do que era o humano. Ele, em seus livros, em seus relatos de viagem procurou mostrar e ensinar a seus conterrâneos que a linha divisória entre barbárie e civilização nunca é uma fronteira geográfica entre povos e países diferentes, mas sim uma fronteira moral dentro de cada povo, ou melhor, dentro de cada indivíduo. Moral e ética são em última análise o que resulta da percepção do outro como uma individualidade, como o semelhante. Nesse sentido achar que o outro pode ser escravizado para trabalhar e aumentar os próprios lucros, achar que o outro é o objeto de prazer que deve ser explorado, ver no outro o substituto, o extra usado para o pior, não é ético, não é moral, não é humano. Usar, se deixar usar, negar direitos e possibilidades ao outro é cada vez mais negar-se como humano. Atualmente, as observações

Ambição e frustração

Imagem
É muito frequente as pessoas se perceberem inteligentes, capazes e habilidosas. Essas percepções, quando existentes em contextos que impossibilitam ou dificultam sua expressão, criam revolta, frustração e também ambição e ganância.  Sentindo-se especialmente inteligente e belo, por exemplo, mas não conseguindo ser reconhecido como tal, o indivíduo começa a construir seu caminho de realização criando metas, propósitos e projetos. Aparecem, assim, os que fracassam e os que conseguem. Quanto mais fracassos, quanto menos se aceita a constatação de não conseguir, mais revolta, inveja e agressividade. Essas pessoas formam a fileira dos ressentidos, e muitas vezes até mesmo dos marginais que tudo querem dilapidar. Por outro lado, quando são vitoriosos nas realizações de suas metas e objetivos desenvolvem maior ambição, insatisfação, vazio e desprezo pelo semelhante (que é então visto como inferior, igual a si mesmo) e a super valorização de quem pode lhes abrir portas por estar no alto da pir