Circularidade
Nada aponta para nada, a monotonia, a repetição, a opressão são constantes. Falta saída, não existem perspectivas. A quem se reclama? A quem se pede ajuda? Quem salva? Quem perdoa?
Fechados em si mesmos, os sistemas giram, apertam e dissolvem. Falta perspectiva, o amanhã é hoje, igual ao ontem. Tempo continuado pela opressão das engrenagens. É o poder do opressor, é o poder do oprimido. Tudo é massa que ocupa e cria obstruções que são as escadas para mais dissolução.
Quebrar círculos viciosos, sair da submissão, da expectativa de solução, só é possível quando o indivíduo se detém. É a parede, a pedra no caminho, a pedra no sapato que tudo muda.
Quando não mais aceita ser oprimido e submetido pelos desejos alheios, quando se recusa a participar do que aliena, quando diz não ao que alimenta e explora, se quebra círculos viciosos. Não havendo circularidade, não há manutenção de padrões, e o inédito surge. Esse novo é aglutinador, possibilita nova configuração, novos desenhos atenuadores da mesmice e da submissão. O casamento que acaba, o emprego que se abandona, a "carreira" que se esgota são libertadores e, no mínimo, fazem levantar, fazem andar o oprimido, que deixando de ser massa de manobra surge com nova atitude e motivação.
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