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Mostrando postagens de novembro, 2024

Esconder e omitir

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    Omissão e silêncio é o lema seguido quando se precisa esconder o que é considerado malfeito, ou ainda, quando algum propósito falha. Não explicar aos próximos o que foi feito e como foi feito é uma maneira de esconder motivações e também de manipular comportamentos. Quando se esconde se acredita começar de zero. A vida transcorrerá sem incômodos pois as provas foram escondidas. É um novo ser que surge e que tem tudo para ser aceito e considerado. Esse passar a limpo atitudes é lesivo para o próprio indivíduo que o faz, já que negar vivência e conflito é usurpador dos outros com quem se convive. Impede que eles tenham acessos. A continuidade desse comportamento de omissão, de mentira joga o indivíduo em redes artificiais, deixando-o sozinho com tudo que ele deve e tem que esconder. Cada vez mais comprometido, mais angustiado, e com mais necessidades de criar novos fatos, mais desespero e consequentes ações exasperadas como as que arriscam a própria vida,...

Obrigações sociais

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  Geralmente, o que significa vivência cidadã é transformada - pelas estruturas psicológicas de problemas não resolvidos ou de não aceitações - em compromissos, em obrigações que não podem, não devem ser transgredidas. Achar que a sociedade exige o padrão de comportamento para a esfera sexual, por exemplo, e ainda arbitrar que a transgressão do mesmo causa problemas para os outros, é próprio dos indivíduos despersonalizados que se seguram nas aparências como tábua de salvação.   Os valores morais variam com o tempo, com as sociedades, com as culturas, principalmente no que se refere ao comportamento sexual. Século passado, primeira metade do século XX, era comum, no interior do Brasil, por exemplo, garotas que engravidassem serem expulsas de casa, pois seus pais não podiam conviver com o opróbrio e decepção de ter uma filha desvirginada. As “filhas faltosas”, as que erravam, eram jogadas à rua, tinham que viver na prostituição, considerado um caminho po...

É preciso ler, é preciso sair das telinhas

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    Trocar o celular pelo livro. Essa obviedade se torna um imperativo. É a maneira de mudar o quadro atual de servidão às telas, de transformar essa predominância de horas diárias submetidas à lives e programas sinalizadores do que se deve ou não se deve fazer, do que é bom, útil ou inútil. Assolados por avalanches de informações e estímulos digitais, que sequestram a atenção e automatizam comportamentos, também vivemos um momento caótico de ruptura de referenciais e de validade do comunicado. Nesse caos, nessa luta é importante ler livros, pois é a maneira de sair da esfera de sugestões dirigidas, de adquirir conhecimento, de perceber o contraditório, tanto quanto de explorar o existente antes dele ser filtrado pelos critérios de venda, de proselitismos  que incrementam a cooptação para aumentar fileiras de compradores, ou de seguidores, apoiadores e crentes de supostos salvadores: os Messias encadernados, congelados para usos convenientes. Livro pode ser abertur...

Uniões e separações – A ilusão da identificação

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    Unir ou separar são questões constantes para o ser humano, para a humanidade, consequentemente são questões político-sociais e psicológicas. É esse movimento de atração e repulsão que faz atritar, e que também faz continuar processos. Essas quebras e continuidades ocasionam o que é falado como “a união faz a força” , tanto quanto “dividir para governar” .   Buscar o ponto de atrito que quebra ou faz convergir é, em certo sentido, o objeto de qualquer processo que busca mudanças. Sejam psicoterapias ou reformas nas políticas sociais, todos nisso se estribam, se situam. Concentrar ou dispersar é a maneira de convergir ou divergir que cria antíteses para mudanças. São as transformações dos processos, que algumas vezes são deformados pelas superposições de outras demandas, outros comprometimentos, outros processos. Quando isso acontece surgem novas situações. É uma nova configuração que quebra propósitos iniciais.   Interferências sempre encurtam e tamb...