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Onipotência resultante de impotência

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    Achar que pode solucionar qualquer situação de dificuldade, ter certeza que sempre resolverá problemas são exemplos estruturadores de onipotência. O onipotente é aquele que cai em uma cilada: está no fundo do poço, totalmente impotente, mas se agarra em objetivos, desejos e metas e a partir dos mesmos estabelece seus programas vencedores. A onipotência é construída pelas constantes vivências de impotência, ela é um deslocamento da impotência não aceita. Continuando incapaz, se sentindo fraco e sem condições o indivíduo estabelece programas, objetivos, e para eles caminha. Essa luta contínua obceca, ofusca. Ele só percebe os caminhos, os pontos a superar, o que tem que ser adquirido. Quanto mais amealha, mais se sente capaz. É o colecionador de suportes, de títulos, de ajuda, de orientações e aplausos. Pensa que basta unir os pontos do que deseja alcançar, e tudo será seu. Sua atitude onipotente é, assim, um contínuo superar de incapacidades, dificuldades e impotência. ...

Viver

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    Outro dia me perguntaram se viver é estar em relação, e respondi que tudo é relação. Relação não é atributo. Relação é dinâmica, é como o processo quântico. Não existe espaço, não existe vazio, não existe nada que não seja relacional.   O ser é a possibilidade de relacionamento. O indivíduo não é um conjunto de instintos, vontades, inteligência e aptidões que está no mundo para explicitá-las, descobri-las ou escondê-las. Nascendo apenas como possibilidade de relacionamento, ele é situado e demarcado por uma estrutura biológica, familiar, social, e é esse contexto que vai estabelecer os processos relacionais. Pensar é prolongar a percepção, perceber é estar em relação, é vivenciar. E viver, portanto, é se relacionar consigo mesmo, com o outro, com o mundo.   As possibilidades relacionais são infinitas, mas são também contingenciadas por situações restritivas ou ampliadoras que situam o processo relacional. Analogamente, a possibilidade de se locomover vai ...