Bom é o que detém


 

Na continuidade de circunstâncias, de contingências que adensam e enrijecem aderências, o maravilhoso é ser detido, ser ultrapassado. É um momento no qual transcendências são realizadas. 

Estar polarizado pela contradição exercida pelo outro, ou por si mesmo, é possibilitador de questionamento e consequentemente de mudança. Viver as próprias insatisfações, os próprios problemas é uma maneira de começar a resolvê-los. Descobrir como é motivador o que se conhece e o que se trabalha, tanto quanto o que não se sabe para onde nos leva, mas que oferece surpresas e descobertas, é satisfatório, cria felicidade e alegria. É a curiosidade, o despertar, o ir para diante na continuidade do estar aqui e agora.

Encontrar o outro - igual ou diferente - também pode ser um polarizante que detém. Esse processo é estar totalmente dedicado e sem alienação. Tudo é vivenciado enquanto vivência e não como pontos a atingir, situações a manter. A perda de limites posicionantes é libertadora e essa liberdade detém ao criar novos caminhos, perspectivas realizadas pelo próprio caminhar.

Ser absorvido é libertador, desde quando exila circunstâncias, anteparos e proteções. O infinito  se instala quando tudo detém. Essa perda de referenciais contingentes possibilita transcender limites situacionais. É o brilho do presente, do viver sem culpa, sem medo, sem raiva, sem ganância, sem queixas. Bom é o que detém, liberta e integra.

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