Segurança econômica como libertação e realização



Viver em função da necessidade de superar as próprias carências econômicas e sociais, galgar os degraus da melhoria econômica faz com que se seja aceito e considerado socialmente. Essas ideias se transformam em conceito - só significa quem tem dinheiro - dando suporte às ações dos empreendedores e também dos emergentes, tanto quanto de inúmeras pessoas que se reduziram a essa situação econômico-social.

São equivalentes a Midas, que tudo que tocava virava ouro e assim morria de fome, não podia comer pão nem maçãs de ouro, pomos discordantes que não saciavam a sua fome. A única diferença é que os processos variam no tempo. Para Midas não houve sequência, instantaneamente percebeu a possibilidade de sobreviver - ia morrer de fome. Para os emergentes e os que tudo fizeram para enriquecimento, enriquecer era a solução mágica para seus desejos e frustrações, virar rico tudo resolvia; só que quando o processo se efetiva o que se vê é um monte de ouro que tem que ser cuidado, administrado e gasto em obrigações que talvez possam trazer alguma vitalidade, retardando sua mecanização, sua desumanização.

Toda unilateralização esvazia. Dedicar-se a apenas ganhar dinheiro, por exemplo, é se transformar em máquina, pois tudo foi polarizado para isso. Viver em função do grande amor também é esvaziante, é se transformar numa placa esperando o sol para brilhar, não há luz própria, ou ainda, é se transformar em um resíduo de água, esperando chuva em um deserto.

Estabelecer que felicidade, autonomia, alegria dependerão do que se constrói é caminhar como mortos vivos para consecução de metas e objetivos. O sistema econômico-social está aí, estimula essas atitudes, mas pode ser visto como algo para ser transposto, transformado, ao invés de se constituir em apoio e captador de sacrifícios e oferendas.

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