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Mostrando postagens de setembro, 2024

Deter

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    Quando eu percebo o outro enquanto ele próprio, isso me detém. É o encontro. Pode ser amizade, amor, pode também ser a descoberta do maldoso, do invejoso, do esperto, do ruim, do agressor.   Para perceber o outro enquanto ele próprio é necessário ser disponível, é necessário se aceitar, é assim que o outro nos detém para o bem ou para o mal. Perceber o ouro em função de molduras classificatórias é o mais frequente atualmente. Nos é explicado o que é bom, o que é mau. Esses critérios identificadores nada satisfazem, são véus que distorcem a percepção, mas infelizmente é assim que tudo é catalogado e vivenciado. Preconceitos e regras, conhecer por experiência e vivência distorcem a percepção do outro.   O outro é o que está comigo. Essa continuidade que estrutura amizade, que estrutura amor, certezas e duvidas é o que nos detém, e essa parada permite, por mais absurdo que pareça, movimento, dinâmica. É o encontro. Ele não é engendrado, é a resultante alqu

Transformar limites

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    Transformar é a possibilidade contínua de se relacionar com os outros e consigo mesmo sem ser o centro, o ponto de referência dos processos. Para que tal aconteça é necessário aceitação dos próprios limites, das contingências processuais. Estar no mundo é vivenciar o presente, é estar disponível sem ser detido por metas ou desejos. Viver em função do futuro, viver em função de realização de desejos é aniquilador das possibilidades humanas, pois transforma o indivíduo em caçador de resultados positivos, um buscador de vitórias. Geralmente os indivíduos não se aceitam, pois seus pais ou responsáveis não se aceitavam. É o eterno ciclo que se mantém. Vive-se para ser o que não se foi ou para continuar sendo o que se é. Esse propósito, a priori , estigmatiza. O medo de se expressar é uma característica que passa a existir, pois o indivíduo não quer destoar, não quer ferir expectativas. Essa omissão, que é o compromisso com o não falhar, geralmente se constitui em