Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2024

Unificação

Imagem
    Unificação é a hercúlea tarefa atual do ser humano. Questionar posicionamentos, destruir preconceitos, redescobrir possibilidades e limitações, revitalizar processos destruidores é o que se coloca quando se busca humanização.   O outro, ao ser aceito como ele é, independente do que possa oferecer de bom ou de mal, é aceito como ser humano. Frequentemente esse processo de aceitação do outro é interrompido pelos esgares de raiva, medo, onipotência, submissão e inveja, e, assim, o outro está despersonalizado, coisificado. Nesse momento, a depender dos contextos relacionais nos quais ocorrem o relacionamento, as coisas podem mudar em função dos questionamentos que se faça. Para isso é necessário que não se use o outro para os próprios objetivos e desejos. Caso isso ocorra, é aumentada as fileiras dos despersonalizados e despersonalizadores. Enfim, é pelo relacionamento que podem ocorrer mudanças ao configurar as próprias impossibilidades ou possibilidades de outro modo.  

PONTUALIZAÇÃO – poço de insegurança

Imagem
  Reduzido a massa de manobra, o indivíduo alienado e despersonalizado busca apenas o melhor encaixe. Os processos de adaptação propostos pela sociedade realizam e até propiciam e determinam esse processo de despersonalização. A massa de reivindicações é tão extensa que começa a se constituir em material passível de legislação estatal, a fim de grupos e minorias conseguirem vantagens, melhores encaixes. Essa convergência abrange todo o sistema. As comunidades, as escolas, o ensino, tudo se endereça para isso: melhoria, amplos e confortáveis encaixes. É a grande comunidade que desumaniza. Não há mais afeto, não há criatividade, desde que tudo está comprometido com o resultado viabilizador da manutenção de seu próprio sistema. As artes e ciências estão voltadas para melhorar e ampliar as condições do ajuste. Compromisso é o que tudo decide e ratifica. Contratos, acertos, acordos, conveniências, inconveniências decidem o que se faz, quando e como. É o padrão, é o algo

DIVIDIR – é o fazer de conta

Imagem
    Para haver participação é necessário haver espontaneidade. É preciso concordância, vivência junta de erros, acertos, possibilidades realizadas e impossibilidades superadas ou aceitas. Igualdade é o fundamento da participação, consequentemente não há direitos, nem deveres.   Não existindo legitimidade começam as atribuições, estabelecendo-se assim, direitos e deveres. As regras impostas criam superiores, inferiores, líderes e seguidores. Não há mais participação, o que existe é comando e obediência. Líderes e liderados, pregadores e ouvintes, gurus e seguidores, organizadores e militantes. A ordem estruturante é quebrada, dividida em função dos propósitos. Há o que manda, o que tudo entende, e o que é mandado, que tudo obedece. Dividir para governar, criar facções, grupos, pontos, polos de discussão é a regra básica para organizar o que se considera campo minado, que tem que ser conquistado e transformado. Dividir é quebrar   rigidez e impossibilidades, é também quebrar e desv

MULTIPLICAR – ir além dos próprios limites

Imagem
  Cruzar as tessituras do existente, se deter nas possibilidades e impossibilidades é a pólvora, é o fogo, é transformar o cru em cozido. Esse processo civilizatório, estruturado na operacionalidade de contraditórios, devolve ao homem o poder de ir além das contingências, de virar regra dos próprios limites. Isso é possível pela exploração do outro, pela transformação de si mesmo em objeto de lucro e troca. A alienação, por transformar-se em produto, viabiliza metas e desejos. Transformar o humano em massa de manobra é ingrediente necessário para o processo da multiplicação dos pães. É a criação de famílias, grupos, associações, empresas, partidos, religiões. Agir congruentemente é o que se exige, é o que se espera. Preencher fileiras, não destoar, capitalizar, acumular para ter base de decisões. São o iniciado, o adepto, o servil, e também o senhor, que encontramos nesses resultados, nessas aplicações eficientes. É a natureza transformada - mato, terras, chuva

DIMINUIR – liberdade e vazio

Imagem
  Tudo que existe, tudo que ocorre pode ser entendido pela dialética (tese, antítese, síntese). Suas configurações possibilitam açambarcar, globalizar existentes, universos, verdades e mentiras. Nesse sentido, após somar, se impõe diminuir. É operação matemática, é aritmética, é entendimento da quantificação, tanto quanto é possibilidade de operacionalizar fenômenos, de exercer motivações, de se comportar.   Questionar o existente gera cacifes para que se inicie outro jogo, é a possibilidade buscada quando a antítese do acúmulo se impõe.   O novo, o ainda não acumulado, o não somado, é rico, prenhe de possibilidades. Buscar esse infinito, exige atitudes demolidoras. Iconoclastas, questionadores, desbravadores surgem. O inédito, o início é tudo. É o infinito buscado, é a recriação do existente, é vácuo que tudo recebe e integra, geralmente vivenciado como infinito e disponibilidade, encontro com Deus, transcendência, ir além do próprio limite, quebrando regras, estabelecendo