DIMINUIR – liberdade e vazio


 

Tudo que existe, tudo que ocorre pode ser entendido pela dialética (tese, antítese, síntese). Suas configurações possibilitam açambarcar, globalizar existentes, universos, verdades e mentiras. Nesse sentido, após somar, se impõe diminuir. É operação matemática, é aritmética, é entendimento da quantificação, tanto quanto é possibilidade de operacionalizar fenômenos, de exercer motivações, de se comportar.

 

Questionar o existente gera cacifes para que se inicie outro jogo, é a possibilidade buscada quando a antítese do acúmulo se impõe.

 

O novo, o ainda não acumulado, o não somado, é rico, prenhe de possibilidades. Buscar esse infinito, exige atitudes demolidoras. Iconoclastas, questionadores, desbravadores surgem. O inédito, o início é tudo. É o infinito buscado, é a recriação do existente, é vácuo que tudo recebe e integra, geralmente vivenciado como infinito e disponibilidade, encontro com Deus, transcendência, ir além do próprio limite, quebrando regras, estabelecendo o vazio, e estabelecendo também confusão, medo, ausência de limites, desespero e maldade. Não há apoios, não há regras, as mesmas foram substituídas pelos passes mágicos dos transes, das drogas, dos contratos bilionários para abarcar os próprios talentos, nos quais o céu é o limite.

 

Infelizmente, embutido no diminuir está o acrescentar, pois resulta de operações arbitrárias e organizadoras do existente, do que está em volta. É o desespero substituindo a ganância, é a diminuição do acrescentado, é a demolição de emparedamentos e construções. É a quebra que define e represa.

 

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