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Mostrando postagens de dezembro, 2024

Dilemas existenciais - Sobreviver ou existir?

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  Quando nascemos, sobreviver ou existir é uma questão que não se coloca. Nascemos e alguém nos permite sobreviver, geralmente nossos pais, família, ou, em algumas exceções, o Estado, a Sociedade.   Nascer durante uma guerra é quase ter assegurada a morte, é difícil sobreviver. Em condições de normalidade ambiental e social, o ser humano sobrevive, e nesse sentido é orientado por seus familiares, pela sociedade em que vive. Assim, sobreviver seria um processo natural, mas que no entanto é impedido em condições extremas de falta de alimentos, de doenças endêmicas ou pandêmicas, de lutas e conflitos sociais etc.   São sutis as diferenças entre existir e sobreviver, pois tudo é orientado para satisfação e concretização de nossas demandas orgânicas. Entretanto, quando não há luta para sobreviver, surge espaço e demandas para transcendências e transformações. É o ir além da satisfação das necessidades que permite indagação. Ao fazer perguntas, o ser humano começa a fil...

Fingimento

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    Fingir é um deslocamento da não aceitação da realidade. Fingimentos surgem no cotidiano diante de realidades que denunciam, incomodam e revelam dificuldades e medos. Como enfrenta-las? Negando-as, fazendo de conta que as mesmas não existem. Como fazer isso? O primeiro passo é fazer com que ninguém saiba, ninguém perceba a dificuldade. Isso acontecendo, tudo fica mais fácil. Se nega saber, se nega conhecer essa comprovada existência.   O flagrante, a prova é o maior inimigo do fingidor. Evitar flagrantes e disputas cria inúmeras realidades, estabelece descontinuidade, gera enigmas, arma quebra-cabeças e, assim, se consegue fingir em paz. Esconder o amante no armário era um bom método, agora não mais. Câmeras e portarias eletrônicas atrapalham. A melhor maneira de escondê-lo é transformá-lo em um empregado que veio consertar o ar condicionado, ou no amigo gay convidado para falar sobre o roteiro da próxima festa que vai acontecer, por exemplo. ...

“Tudo foi em vão, nada significa”

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      Decepção é o que se sente quando os sonhos falham ou quando as frustrações se evidenciam pela não recuperação de acertos, pela não realização de desejos etc. Viver apostando é sempre amealhador de decepções, pois é o ir além do existente em função de necessidades ou desejos engendrados pela não aceitação de limites. Fazer qualquer coisa para conseguir manter o que se tem, ou para conseguir o que se deseja é sempre alienador, transforma dinâmica em posicionamento e cria situações onde imolar, sacrificar são constantes em função de manter segurança, propósitos, ou determinações alimentadas por desejos autorreferenciados.   Querer a qualquer preço conseguir cria medo de falhar. Para evitar isso se inventa soluções consequentemente negadoras de realidade. De tanto inventar, de tanta busca desesperada o indivíduo se ensurdece com o silêncio do estar acima de tudo e de todos. É o isolamento conseguido pelos andaimes dos empreendimentos. Tudo segurado, garanti...