“Tudo foi em vão, nada significa”

 

 

 

Decepção é o que se sente quando os sonhos falham ou quando as frustrações se evidenciam pela não recuperação de acertos, pela não realização de desejos etc. Viver apostando é sempre amealhador de decepções, pois é o ir além do existente em função de necessidades ou desejos engendrados pela não aceitação de limites. Fazer qualquer coisa para conseguir manter o que se tem, ou para conseguir o que se deseja é sempre alienador, transforma dinâmica em posicionamento e cria situações onde imolar, sacrificar são constantes em função de manter segurança, propósitos, ou determinações alimentadas por desejos autorreferenciados.

 

Querer a qualquer preço conseguir cria medo de falhar. Para evitar isso se inventa soluções consequentemente negadoras de realidade. De tanto inventar, de tanta busca desesperada o indivíduo se ensurdece com o silêncio do estar acima de tudo e de todos. É o isolamento conseguido pelos andaimes dos empreendimentos. Tudo segurado, garantido, protegido e não se sabe mais de quê ou de quem se protege, pois o que organiza o processo de empreender cria unilateralidades, e nesse sol a pino nem sombra existe. É o desespero, não há o outro, há o indivíduo sozinho, que o máximo que pode sentir é decepção, mas que é análogo ao desespero, a angústia, o medo. “Tudo foi em vão, nada significa” é vivenciado frequentemente quando isso acontece.

 

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