Compatibilidade
Pensar em compatibilidade como acordo, acerto, leva a relacioná-la com encaixe. Negociações e acordos sempre possibilitam discórdias, consequência natural de seus mosaicos organizados, suas arestas polidas. Confundir estas combinações com compatibilidade, gera muitos enganos.
Nos relacionamentos, ao buscar o objetivo comum, satisfações e vantagens recíprocas, a primeira exigência a ser satisfeita é a neutralização dos sujeitos desejantes. Isto não é facilmente percebido tampouco de fácil entendimento, é uma situação complexa que se torna evidente depois do processo satisfatório dos desejos atendidos. O que unia as pessoas passa a ser o que as despersonaliza.
Ficar com o outro pelo que ele é e não pelo que ele possibilita, exila do cotidiano a coisificação do outro usado para realização de necessidades.
Uniões e motivações em função de conveniências, são sempre desastrosas e sem estruturas que suportem as vivências pois que são construidas para um futuro, sem alicerce no presente.
Compatibilidade requer presença, é um processo participativo, implica em confiança e entrega, existentes apenas na própria compatibilidade, sem preexistências (acordos, acertos, necessidades) e sem propósitos de ser feliz, de ficar satisfeito, de vencer obstáculos, por exemplo.
"Seis suspeitos" de Vikas Swarup
"Crítica da Faculdade do Juizo" de Immanuel Kant
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