Firmeza
Atitudes estáveis implicam na realização de vontades. As motivações, as vontades são sempre resultantes do que se vivencia, do que se faz. Não têm ligação com faltas, necessidades ou desejos. Esta base, que é o presente vivenciado continuamente, gera firmeza, força e capacidade de realizar todas as vontades, tudo que é proposto pelo cotidiano; assim, firmeza é tão natural quanto querer andar e andar, querer dormir e dormir.
"Desejo é o que nos falta, vontade não é o que nos sobra, mas é o que nos liberta se enfrentarmos, se vivenciarmos o dia-a-dia das contradições. Pela vontade, pela superação de contradições, pela transcendência, os limites da existência são superados, transformados ou integrados. Em psicoterapia procuramos recontextualizar os neutralizadores, os amortecedores das contradições, por meio de questionamentos, para que surja a vontade, a liberdade de mudar, a aceitação de si e dos outros." *
Angustia, depressão, ansiedade não existem quando se vivencia o presente, embora elas acompanhem sempre as estruturas minadas pelas transversais dos apegos mantidos, dos apoios negados, das crenças desmanteladas.
Sem esta base, sem vivenciar o presente, tudo é instável, volátil, circunstancializado, tudo é dependente de "Deus ou do Diabo", de forças imponderáveis. Torcer para que se consiga respirar, para que se consiga dormir, pode passar a ser constante.
Sentir-se firme é possível quando se enfrenta os próprios problemas, sem correr atrás de soluções funcionais. Vivenciar o presente é fortalecedor.
------------------------
* Em "Vontade, Desejo e Psicoterapia Gestaltista", Boletim da SBEM - pags. 42-44, Vera Felicidade A. Campos
- "A cabala da inveja" de Nilton Bonder
verafelicidade@gmail.com
Comentários
Postar um comentário