Construtores

Aceitar os próprios limites, vivenciar o presente cria harmonia, pacifica e permite construir, organizar o que está à volta. Da simples limpeza de móveis à organização de sociedades enquanto deveres, direitos e justiça, encontramos harmonia, tranquilidade, certeza. É a confiança, a regularidade do que está diante - que independe da manipulação e conveniência - que realizam condições de estar em tranquilidade.

Não discutir direitos, pois tudo é legítimo, estabelece certezas. A finalidade, o ter que conseguir não são fundamentais, os processos ocorrem e são definidos e realizados pelas suas próprias condições e contradições. Saber que a realização de funções depende das estruturas existentes, que alterá-las em função de resultados, quebra a sequência e legitimidade de ocorrências, faz com que impere satisfação, segurança, sinceridade, sem mentiras, sem estratégias; se vive o que acontece e cada contradição indica nova direção, desafio este percorrido como novo assunto, esclarecedor.

Viver é lutar, é enfrentar as contradições, é desfazer os nós para que a continuidade siga, para que a harmonia se mantenha. Quebrar o ritmo é misturar, negar a unidade configuradora do processo, ou seja, uma desumanização gerada por ambição de resultados diferentes dos dados e criadores de enigmas insolúveis, pois não se vivencia o que existe, e sim se espera o que se precisa que exista.

Construir é apreender as contradições, vivenciá-las e superá-las. A ansiedade de chegar aos resultados desejados impede a concentração, a dedicação, a disponibilidade para com o que ocorre e assim não se percebe o que está diante de si. Este isolamento é o início do atrito, da impermeabilidade, da não construção, da destruição.




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