Compactar é diferente de deslocar
As situações são polarizadas constituindo-se em empecilhos e apresentando necessidade de confronto e mudança. Nem sempre isto ocorre, muitas vezes não se enfrenta, não se confronta, pois se desloca as dificuldades, buscando diluidores das mesmas, responsáveis por novos atritos em outras situações e estes deslocamentos eternizam dificuldades. A melhor maneira de extinguí-las é compactando o que impede a continuidade do processo. Compactar é criar confluências, é permitir que o acúmulo das tensões seja percebido, configurado e enfrentado. É o clássico “cortar o mal pela raiz” só possível quando não é negado, quando não é camuflado. A sutileza da diferenciação é conseguida através de objetivação das variáveis estruturantes do problema, da dificuldade.
Toda vez que qualquer problema é transformado em justificativa são criados deslocamentos imobilizadores, impeditivos da mudança. A tolerância é uma das máscaras utilizadas pela impotência e comprometimento. Abusos sexuais em crianças, não denunciados por um dos pais em função de manter a pretensa ordem familiar, é um deslocamento do problema gerado pelo comprometimento, para manutenção do casamento, manutenção da parceria que garante sobrevivência econômica, por exemplo.
Compactar, não deslocar, é problematizar, é polarizar contradições que permitem solucionar as questões. Justificativas, explicações, geralmente camuflam, escondem e amparam desvios criminosos e despersonalizantes. A mulher que apanha do marido e justifica o ato do mesmo pelo fato dele estar frustrado em sua realização profissional ou fora de si pelo álcool é uma justificativa esvaziadora das contradições que urgem ser resolvidas. Compactar é não diluir o que envenena e destrói individualidades.
Transformar o medo em justificativa para não reclamar ao ver seus direitos espoliados, é se tornar cúmplice de ordens despersonalizadoras. Em psicoterapia, medicina em geral, não se detendo no alívio de sintomas, os mesmos podem ser transformados em índices que permitem globalização de dificuldades e desestruturações. Não basta aliviar problemas, é preciso transformar o comprometido, dar outra dimensão, onde seu significado explicite suas estruturas, a fim de modificá-las e processá-las.
verafelicidade@gmail.com
Toda vez que qualquer problema é transformado em justificativa são criados deslocamentos imobilizadores, impeditivos da mudança. A tolerância é uma das máscaras utilizadas pela impotência e comprometimento. Abusos sexuais em crianças, não denunciados por um dos pais em função de manter a pretensa ordem familiar, é um deslocamento do problema gerado pelo comprometimento, para manutenção do casamento, manutenção da parceria que garante sobrevivência econômica, por exemplo.
Compactar, não deslocar, é problematizar, é polarizar contradições que permitem solucionar as questões. Justificativas, explicações, geralmente camuflam, escondem e amparam desvios criminosos e despersonalizantes. A mulher que apanha do marido e justifica o ato do mesmo pelo fato dele estar frustrado em sua realização profissional ou fora de si pelo álcool é uma justificativa esvaziadora das contradições que urgem ser resolvidas. Compactar é não diluir o que envenena e destrói individualidades.
Transformar o medo em justificativa para não reclamar ao ver seus direitos espoliados, é se tornar cúmplice de ordens despersonalizadoras. Em psicoterapia, medicina em geral, não se detendo no alívio de sintomas, os mesmos podem ser transformados em índices que permitem globalização de dificuldades e desestruturações. Não basta aliviar problemas, é preciso transformar o comprometido, dar outra dimensão, onde seu significado explicite suas estruturas, a fim de modificá-las e processá-las.
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