Sobreviver ou existir
Aceitar o limite ou ir além dele transformando e criando situações novas? Essa é uma pergunta, uma contradição que sempre vivenciamos em inúmeras situações.
Quando reduzido à manutenção de suas necessidades, o horizonte que resplandece para o homem é o da satisfação dessas necessidades e isso significa viver no limite da sobrevivência. Significa estar reduzido a comer, dormir, procriar e sedar a sede. Nada além disso, apesar das infinitas variações que esse processo oferece, desde a construção de moradias até as leis que suportam o convívio e o exercício do poder social e político.
Ir além das necessidades requer questionamentos estruturadores de transcendência. Um dos primeiros problemas na estruturação de transcendência é limpar resíduos gerados pela sobrevivência. Esses resíduos são inúmeros e se manifestam principalmente como medo, inveja, raiva, adaptação e divisões oportunistas geradas pela promessa do estar vivo e conseguir realizar desejos. Ao limpar, questionar essas atitudes, estruturamos liberdade, coragem e dignidade. Deixamos de ser conduzidos pelas conveniências e pelas inconveniências. Nos transformamos em seres no mundo com infinitas possibilidades.
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